"Na semana passada, o autocarro que transportava os profissionais seniores do futebol do Benfica saiu de Braga debaixo do arremesso de calhoada perpetrado por um grupelho de cobardes. Não sei se aquele grupelho é uma cópia dos originais e inspiradores ou se são os originais que se fizeram passar pela cópia. Seja como for, a cobardia não tem rosto nem cor, porque é semelhante em todo o lado. Para reflexão futura fica a informação de que o nosso futebolista Salvio costuma ser convocado para mais de 95% dos jogos do Benfica. Por um mero acaso, não fora convocado para esse jogo com o Braga. Os pedregulhos que entraram pelo autocarro atingiram exactamente o lugar que, nessa viagem, ficara vago pela ausência de Salvio. Entre um golpe de sorte e o lamento de uma morte vai uma distância tão curta como a que vai do crime à impunidade.
‘Mutatis mutandis’, quase dois meses depois de as imagens televisivas terem mostrado o guarda-redes de hóquei em patins do FCP, Edo Bosch, a agredir um adepto benfiquista, a Federação Portuguesa de Patinagem deliberou um castigo de três (3!) joguitos de suspensão para o guarda-redes. No enquadramento dos regulamentos da dita competição prevê-se um castigo de quatro a seis jogos para as tentativas de agressão e seis a doze jogos para a agressão consumada. O castigo de três jogos deve estar enquadrado naquela parte oculta dos regulamentos que se ocupa das decisões em que subsiste a dúvida se estamos perante uma agressão ou uma tentativa de agressão da Justiça.
Num âmbito completamente diferente, os dirigentes do Fafe acusam dirigentes, treinador e adeptos do Boavista de terem agredido, no acesso aos balneários, os atletas do Fafe. Como reacção, o mundo do futebol optou pelo silêncio. O resultado de tudo isto acaba por ser o mesmo e esta indiferença perante o crime amesquinha qualquer possibilidade de esperança futura. Os que dirigem o desporto em Portugal maceram, propositadamente e sem remorsos, os valores que juraram servir."
Pedro F. Ferreira, in Record
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