"A primeira medalha destes Jogos foi conquistada no Ciclismo de Estrada, para o Cazaquistão e, nos dias seguintes, a queda de alguns gigantes do Desporto mundial, foi a nota principal de toda a Imprensa. Entre eles estão os super favoritos Michael Phelps, na Natação, que foi apurado no limite e terminou em quarto na final dos 400 metros estilos e a nossa Telma Monteiro, segunda no ranking mundial, e que no tatami não conseguiu ultrapassar a primeira adversária. O currículo e momento da carreira de ambos é, sem dúvida, diferente, mas a expectativa e a esperança de todos, relativamente ao ouro olímpico, era a mesma.
Outra diferença, é que na prova de Phelps - apesar do desaire do mesmo - o ouro acabou por ser ganho por outro americano, tendo assim agregado no medalheiro de Obama mais uma medalha. Relativamente a Telma - Capitã de uma Nação - a carga de um País de apenas 11 milhões de habitantes estava toda sobre a atleta benfiquista. Realidades diferentes, atletas diferentes mas, sem dúvida, a mesma desilusão e, no caso de Telma, a queda de um sonho construído em mais de seis anos, onde o talento, trabalho, dedicação, construção de uma carreira de sucesso, nunca foi dúvida para ninguém.
Ainda antes de Telma sair do tatami, o silêncio entre todos que a acompanharam, na esperança de Portugal no Excel London, era geral e as primeiras palavras que surgiram foram de espanto e do quão injusto para Telma estava a ser aquele momento. Telma Monteiro estava indescritivelmente triste e surpreendida e nada nem ninguém, naquele momento, conseguiu encontrar as palavras certas de consolo para que aquele fosse um dos dias mais felizes da sua vida.
Foi injusto, muito injusto e era legítimo sonhar."
Ana Oliveira, in O Benfica
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