"O entusiasmo dos adeptos aumenta sempre que, com razão ou sem ela, há a notícia de aquisição de um jogador. Não raras vezes sucede que a notícia de chegada é mesmo a única alegria que têm os adeptos, pois quando se começa a jogar o entusiasmo cai a pique. Esta ilusão é um dos encantos do futebol. Este ano parece haver uma diferença. Porto e Benfica têm os seus apaniguados mais suspensos pelas saídas do que pelas entradas. O verdadeiro adepto do Porto quer saber onde jogarão Moutinho, Hulk e Álvaro Pereira e o ferrenho benfiquista mantém dúvidas sobre a cor da camisola de Witsel, Garay ou Javi Garcia. É uma treta barata dizerem-nos que sempre serão 11 a jogar em cada equipa, pois ninguém quer perder os seus melhores jogadores. A paixão desportiva colide sempre com a racionalidade financeira. Quem conseguir gerir melhor este equilíbrio partirá com vantagem este ano.
Mesmo sabendo que nunca se colocará em causa a solvabilidade do clube, pois este ano o mercado parece sem liquidez e adormecido, eu queria ficar com os melhores. Serei mais emotivo do que racional quando discuto o Benfica. Não há por agora grandes compras na Europa do futebol.
Ontem houve sorteio da liga. A existência de condicionantes no sorteio é a primeira batotice. O sorteio devia ser livre e não haver pequenos e grandes, condicionantes e limitações. Na partida todos deviam ser iguais, para haver mais verdade na chegada. Estes condicionalismos dizem que não podíamos jogar com o Sporting, que foi quarto na última época, mas já podemos jogar com o Braga que foi terceiro. Benfica-Braga para abrir a Liga faz lembrar as tradicionais dificuldades que temos na primeira jornada. Matar este borrego, ganhar o primeiro jogo, é já um bom objectivo inicial para a época. Ser campeão na última jornada, na Luz, contra o Moreirense, terá de ser uma obsessão colectiva."
Sílvio Cervan, in A Bola
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