"No futebol português, um dos melhores detergentes para limpar nódoas são as competições europeias. Os nossos especialistas na matéria futebolística têm uma forma particularmente interessante de analisar o fenómeno. Se a parte visível do tapete estiver asseadita, toda a sujidade que para baixo dele se varreu passou também a fazer parte do asseio.
A Itália foi uma selecção finalista no Europeu. Terminada a competição, louvou-se o feito da “Azzurra” e continuou a decorrer o processo de moralização do futebol italiano. Ou seja, o êxito da selecção italiana não serviu para esconder o que de podre ia no “reino”. Antes pelo contrário, mais reforçou a necessidade de extirpar do seio do futebol os agentes que lhe são perniciosos e que contribuíram para manchar de vergonha o campeonato deles.
Pelo contrário, em Portugal fez-se da presença de Pedro Proença na final do Europeu um baluarte de como tudo vai bem no “reino” luso dos apitos mais ou menos dourados, mais ou menos frutados. Querem convencer-nos de que aquela face limpa do tapete não esconde uma sujidade atroz no seio da arbitragem portuguesa. Pior, querem fazer de um dos principais beneficiados de um sistema sujo o exemplo de limpeza do mesmo sistema.
É, assim, natural que o próprio Pedro Proença clame e se insurja contra a ausência de altos dignitários do Estado para o receberem no aeroporto. Certamente porque já se habituou a ver outros agentes do futebol bem mais perniciosos a serem recebidos por esses mesmos dignitários em cerimónia de beija-mão. E, deste modo, enquanto uns aproveitam o êxito para perseguir o que de errado há no seu futebol, nós aproveitamos esse mesmo êxito para promover e tentar esconder as nódoas do nosso futebol."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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