"Naqueles segundinhos em que os adeptos do Benfica bateram, de pé, palmas ao infelizmente desaparecido António Leitão - e os seguidores do FC Porto deixaram perceber o seu desconhecimento sobre uma figura do Desporto nacional - revi-me em Los Angeles, no já muito distante ano de 1984, nesses Jogos Olímpicos de grata memória para este País tão pequenino e carenciado de valores, desportivos mas especialmente morais, e também para mim, já pai da Joana e com a Inês a caminho. Foram os Jogos da Rosinha, pela medalha de bronze na maratona, foram os Jogos do Lopes, primeira medalha de ouro lusa na mesma distância, mas foram, também, os Jogos do nosso querido António Leitão, apenas batido pelo fenómeno Said Aouita e pelo oportunismo do suíço Markus Riffel, que se aproveitou, acho, da inexperiência do português para lhe roubar a medalha de prata. Do Leitão recordo a sua boa disposição na véspera da corrida, a 10 de Agosto, uma sexta-feira, na UCLA: «Eles que não se distraiam comigo.» Vejo partir outro amigo e emocionado clamo: devia ser proibido morrer aos 51 anos. Até um dia."
José Manuel Freitas, in A Bola
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