"São, outra vez, as contratações “noves-fora” (ou seja: se de nove ficar uma, já não se terá falhado tudo) e as ácidas listas de dispensas, com “penas suspensas” para os que não provaram até agora, a dominar as atenções nesta despedida de 2010. Mais três técnicos não chegaram a ver a luz ao fundo do túnel, por causa das funções interrompidas, fosse a mando dos diretores e presidentes – casos do crónico Rogério Gonçalves e do também esperado Litos – ou por um insólito mas respeitável imperativo próprio – como aconteceu com Jorge Costa. A diferença do percurso estende-se à colocação dos dois primeiros naquele “balde de bombeiros”, sempre dispostos a marcar presença assim que há notícia – ou rumor, que chega para agitar os bandos em que não faltam aves predadores; quanto ao segundo, mesmo que cumpra agora o anunciado interregno de um par de anos que lhe permita a retoma plena da vida particular, será lembrado como um dos jovens técnicos que poderia ajudar a elevar o nível médio da classe profissional, um daqueles que parecia destinado a chegar a um “grande”. Talvez venha a consegui-lo na mesma, mas isso acontecerá inevitavelmente mais tarde.
Aos treinadores junta-se os ativos, em muitos casos ávidos de guias de marcha que lhes permitam um recomeço noutras paragens ou pelo menos a conquista de públicos com a mudança de fãs. É curioso perceber como a ambição dos mais-poderosos, por cá, colide com as limitações dos mais-pequenos – e estes teriam, se a lógica não estivesse cada vez mais dependente das finanças, com estas a estabelecerem os princípios em vez de serem apenas chamadas a avalizar os meios – e como, cada vez mais, os clubes nacionais funcionam de forma crescente como um entreposto que abre para a Europa as malas e maletas de matéria-prima, adquirida sobretudo pelas Américas Latinas. Já estivemos mais longe de fretar um charter para os trazermos todos de uma vez…
De resto, Cardozo vai chegar atrasado, agitando atestados médicos em sua defesa quando talvez tivesse sido mais prática a hipótese de vir expressamente a Portugal pedir dispensa. Vukcevic prepara-se para recuperar o protagonismo – sempre dividido com Izmailov – nas novelas que o Sporting mantém a Leste. E José Eduardo Bettencourt estuda a melhor forma de enfrentar uma manifestação de desagravo que lhe é diretamente dirigida. Se acrescentarmos aqui o intolerável tabu de Gilberto Madaíl quanto à recandidatura e a ameaça de a FIFA suspender clubes e seleções nacionais das competições internacionais, é fácil perceber que vivemos aquela época sem graça dos restos de coleção.
Bom Ano Novo para todos, sobretudo se ele puder ser realmente novo."
Aos treinadores junta-se os ativos, em muitos casos ávidos de guias de marcha que lhes permitam um recomeço noutras paragens ou pelo menos a conquista de públicos com a mudança de fãs. É curioso perceber como a ambição dos mais-poderosos, por cá, colide com as limitações dos mais-pequenos – e estes teriam, se a lógica não estivesse cada vez mais dependente das finanças, com estas a estabelecerem os princípios em vez de serem apenas chamadas a avalizar os meios – e como, cada vez mais, os clubes nacionais funcionam de forma crescente como um entreposto que abre para a Europa as malas e maletas de matéria-prima, adquirida sobretudo pelas Américas Latinas. Já estivemos mais longe de fretar um charter para os trazermos todos de uma vez…
De resto, Cardozo vai chegar atrasado, agitando atestados médicos em sua defesa quando talvez tivesse sido mais prática a hipótese de vir expressamente a Portugal pedir dispensa. Vukcevic prepara-se para recuperar o protagonismo – sempre dividido com Izmailov – nas novelas que o Sporting mantém a Leste. E José Eduardo Bettencourt estuda a melhor forma de enfrentar uma manifestação de desagravo que lhe é diretamente dirigida. Se acrescentarmos aqui o intolerável tabu de Gilberto Madaíl quanto à recandidatura e a ameaça de a FIFA suspender clubes e seleções nacionais das competições internacionais, é fácil perceber que vivemos aquela época sem graça dos restos de coleção.
Bom Ano Novo para todos, sobretudo se ele puder ser realmente novo."
Li a crónica e percebo e aceito algumas das coisas que diz, mas discordo completamente no caso Cardozo, voar 12 horas, para pedir dispensa e voltar com mais 12 horas a voar e somar as outras 12 de novo regresso, seria um perfeito disparate.
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