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domingo, 2 de novembro de 2025

Um título vale mais que mil imagens


"O portuguesão, forma informal como a Liga Portugal é tratada na comunicação social do Brasil, é acompanhado de longe pela maioria dos brasileiros — pelo menos por aqueles que não pertencem à bolha dos jornalistas desportivos nem fazem parte daquela pequena tribo apaixonada por todo o futebol internacional.
Logo, nas ruas do Brasil nem sempre se sabe quem foi o campeão português, o vice, etc. Mas muita gente tomou conhecimento do extraordinário Benfica, 4-Barcelona, 5, de janeiro deste ano, ou dos 4-1 do Sporting ao Manchester City, de dois meses antes. Assim como o FC Porto supera os rivais no imaginário dos brasileiros por causa do título da Liga dos Campeões, em 2004, entre outros troféus internacionais conquistados já neste século.
Essa conquista, porém, é, sejamos realistas, uma miragem hoje para qualquer clube português ou outro que não pertença à elite de 12, 10, oito grandes, mesmo muito grandes, tubarões europeus, como Real Madrid, Bayern, PSG, Manchester City, restante armada inglesa e afins.
Daí entender-se o que Rui Borges, treinador do Sporting, defendeu recentemente: «A nossa Champions é o campeonato.» Na Liga Portugal, os leões são candidatos ao título; na Champions, além dos euros pelos pontos, lutam por um brilharete, por uma gracinha, em suma, lutam pela imagem internacional. E, nos clubes de futebol, um título vale mais do que mil imagens.
Pela mesma razão, aquela loucura que se viveu no Brasil, quase comparável à vivida numa Copa de seleções, durante o Mundial de Clubes dos EUA de junho passado, uma prova que esteve longe de ser unanimidade de crítica e de audiência noutros pontos do globo, tenderá a esbater-se.
Na primeira edição do Mundial, os quatro clubes brasileiros passaram todos à fase a eliminar, bateram alguns daqueles tubarões citados acima e sonharam, por isso, com o troféu. Antes de caírem na real: na hora em que aqueceu, o Flamengo perdeu para o Bayern e Fluminense e Palmeiras, que batera o Botafogo, sucumbiram ao campeão Chelsea.
Os próximos mundiais, de 2029, de 2033 e por aí adiante, assim como as intercontinentais, vão com certeza sublinhar o domínio dos gigantes europeus e provar aos clubes brasileiros que, assim como os portugueses na Champions, podem aspirar no máximo a brilharetes, gracinhas, em suma, a retocar a imagem. E ouvir os treinadores locais dizerem, tal como Rui Borges, que o Mundial deles é o Brasileirão. E a Libertadores."

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