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domingo, 2 de novembro de 2025

Borges confia em muitos mais que Mourinho


"A diferença na gestão das duas equipas portuguesas que participam na Champions; leão planeou melhor a época isso vai gerar frutos; diferenças começam a ficar à vista

Quanto valem 90 minutos de descanso? A época ainda não chegou a metade e por esse motivo talvez ainda não sejam visíveis os sinais de desgaste acumulado, mas mais lá para a frente os muitos detalhes podem pesar. Analisando a gestão nas duas equipas portuguesas que participam na Champions vemos que Rui Borges pôs em campo uma equipa nova diante do Alverca na Taça da Liga, voltou à fórmula inicial diante do mesmo adversário, em jogo do campeonato, e saiu de ambos os encontros com a certeza de que tem opções sólidas, em qualidade e quantidade, antes de uma deslocação difícil a Turim. O contrário do que se verificou com o Benfica, pois José Mourinho mais uma vez deu mostras de que não confia em mais do que 14 ou 15 jogadores, obrigando o mesmo núcleo duro a uma rodagem permanente. Ganhou ao Tondela com um onze não muito diferente daquele que defrontará o Vitória, em Guimarães, e que forçosamente que irá receber o Leverkusen para a Champions, encontro no qual está proibido de perder pontos se quiser manter esperanças na qualificação para o play-off.
Uma época desportiva mede-se na soma de muitas decisões e momentos, mas também de contexto. E foi esse enquadramento positivo que permitiu ao bicampeão enviar às feras vários miúdos da formação e produzirem resultados, como aconteceu na goleada a meio da semana frente aos ribatejanos, algo que não se vê na Luz, onde o treinador parece andar à procura de um tesouro escondido nas profundezas do Seixal que possa trazer algo de novo à equipa e representar, mais que esperança, um abanão. Não há oura forma de dizê-lo: quando um treinador busca tanto nos escalões mais abaixo é porque falta algo no topo, o que expõe debilidades no desenho do plantel. É, também, uma mensagem que passa. Para dentro e para fora.
Se houvesse lógica no futebol, os leões podiam começar a distanciar-se das águias porque há um trabalho de continuidade de treinador (já se pode dizer de uma vez por todas que se nota a impressão digital de Rui Borges), rotatividade quando necessária, boas doses de criatividade (Pedro Gonçalves, Trincão), extremos que desequilibram à vez (Catamo, Quenda), opções válidas no banco e na formação e pontas de lança que marcam alternadamente. Nos encarnados, isto surge em doses muito mas reduzidas, está tudo muito mais espremido, mais forçado e menos fluido. E com um Mundial de Clubes nas pernas no acumulado. Mais cedo ou mais tarde haverá uma fatura para pagar."

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