"Esta final da Taça dos Libertadores da América é apenas mais um episódio do duelo entre os dois clubes, Palmeiras e Flamengo, que dominam, dentro e fora dos relvados, o futebol brasileiro e sul-americano, traduzido na conquista de cinco dos últimos sete troféus, já contando com o de hoje.
Com contratações de nível europeu, como Vítor Roque, que saiu do Barça para o verdão por 25 milhões de euros, e de Samuel Lino, que trocou o Atlético Madrid pelo mengão por 22, o Palmeiras gastou 113 milhões em 12 contratações, enquanto o Flamengo gastou quase 57 em sete reforços.
«Com finanças equilibradas e estrutura fortalecida, ampliaram receita e desenvolveram uma estratégia que mistura consagrados e formação», diz Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, durante a constituição da SAD do clube e hoje CEO da Squadra Sports.
«Tornaram-se referência em boas práticas de governança, o que permitiu maior competitividade em campo», acrescenta Moisés Assayag, sócio diretor da Channel Associados.
Fora das quatro linhas, o Flamengo pode ultrapassar a marca de dois mil milhões de reais (cerca de 320 milhões de euros) nesta época. O Palmeiras passou a de mil milhões (160 milhões) em 2024. Uma das principais fontes do verdão é a venda de jogadores: desde 2021, somou 220 milhões de euros com atletas da formação como Endrick, Estêvão ou Vítor Reis. No período, o Fla recebeu perto de 116.
«Clubes melhor administrados tendem a gerar mais receitas e reduzir custos, a ganhar mais em prémios e receitas com transferências, num círculo virtuoso que permite acessar melhores atletas e vencer mais», aponta Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa norte-americana que agencia atletas.
Nas receitas de TV e de patrocínio o mengão goleia: arrecada quase o triplo do rival. Ambos têm casas de apostas nas camisolas.
«E esse movimento deve consolidar-se ainda mais com a regulação da indústria no país», prevê João Fraga, CEO da techfin Paag, especialista no setor.
«Assemelha-se ao protagonismo que, noutras épocas, foi exercido por marcas de bancos ou empresas de eletrónicos», completa Leonardo Bessa, sócio da Betlaw.
No público, o Fla também lidera: até à 35.ª jornada teve média superior a 40 mil ante 34 mil do Palmeiras, que vence em receitas com sócios — tem cerca do dobro do rival — e estádio.
«Há criatividade, humor e informação nas entregas comerciais transformando o torcedor em protagonista», explica Reginaldo Diniz, CEO e sócio-fundador da Agência End to End, parceira na gestão do Palmeiras Pay, conta digital oferecida pelo clube.
Talvez por tudo isso, nos últimos dias Palmeiras e Flamengo estão, como o Sporting, entre os 16 clubes indicados ao prémio de melhor do mundo. E um deles será tetracampeão da América hoje."

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