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sábado, 15 de novembro de 2025

Do calcanhar ao cotovelo, sempre a descer


"DESCE: Cristiano Ronaldo foi provocado pelo selecionador da Irlanda, antes do jogo. Heimir Hallgrimsson ganhou o duelo, apesar de o capitão da seleção portuguesa ter garantido que sabia o que esperar.

Cristiano Ronaldo é mais do que um (grande) jogador de futebol: é um ícone global, o rosto do futebol português, a referência da seleção nacional, da qual é capitão há quase 20 anos.
E insiste em dizer que não o é apenas pela fama, pelo capital de prestígio acumulado ao longo do tempo, mas sim pelo que ainda faz em campo. «Ninguém é indiscutível, cada jogador merece jogar pelo momento em que está», disse Ronaldo, na véspera do jogo de Dublin. Na mesma altura insistiu na ideia de «os números falam por si» e garantiu «tentar ser uma mais-valia para o grupo».
Ronaldo sabia ao que ia: que ia ser pressionado, vaiado. Garantiu que ia aguentar e portar-se bem («I’ll be a good boy»).
E começou com essa vontade de ajudar, de marcar, de ser decisivo – outra vez: um remate de calcanhar que daria um golo memorável, mas que saiu frouxo e fácil para o guarda-redes irlandês.
Depois, foi sempre a descer. Ou o remate saía torto ou o livre acertava na barreira. Vigiado pelos possantes centrais irlandeses, dificilmente jogava na área e fora dela já havia demasiada gente a dar toques inconsequentes na bola.
A Irlanda. Duas vezes. A frustração cresceu de tom, até porque se percebia que a equipa portuguesa não ia encontrar uma solução para dar a volta ao jogo, nem que jogasse no Aviva até sábado.
A reação intempestiva à agressividade de Dara O’Shea (que estava na conferência de imprensa de lançamento do jogo - pelo lado irlandês - e ouviu bem a provocação lançada pelo islandês Hallgrimsson) pode ser entendida à luz dessa frustração. Mas Ronaldo tem de saber mais do que isso; tem de ser capaz de mais do que isso.
Saiu de campo de forma inglória, debaixo da sarcástica troça dos eufóricos adeptos irlandeses. Sai deste apuramento pela porta pequena.
Não ajudou a equipa, nem vai ajudar tão cedo. Em campo, pelo menos. Resta-lhe, como capitão, ser capaz de encontrar forma de ajudar do lado de fora. Não é coisa de somenos. Até porque o apuramento para o Mundial ainda não está garantido."

1 comentário:

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