"Será dia de chuva mas também de jogo. Com 160 mil a poder votar (em 400 mil) não será surpresa se for batido o recorde de 2021. 85 por cento dos votos são detidos pelos mais antigos
Seis candidatos, meses de campanha, acusações e contra-acusações. O Benfica vai hoje a votos numas eleições duplamente marcadas pela novidade: meia dúzia a concorrer para o cargo de presidente (nunca houve tantos) e a possibilidade de segunda volta, cenário que até os pretendentes e suas entourages mais otimistas encaram como bastante provável.
Tal como qualquer eleição, o voto útil poderá desempenhar um papel decisivo. Há candidatos que disputam o mesmo eleitorado e na hora da verdade muitos sócios poderão pender a caneta para aquele que consideram ter mais hipóteses de vencer.
Apesar de desavindos, Rui Costa e Luís Filipe Vieira parecem disputar o mesmo público, enquanto Noronha Lopes e João Diogo Manteigas sugerem ter consigo um outro tipo de perfil de associado, menos conservador, mais vocal e até mais participativo.
Mas são apenas sinais. Manda a prudência dizer que estamos apenas no campo da perceção, esse valor que todos os que se submetem a escrutínio procuram — criar a ideia de que há uma onda a formar-se. Num mundo cada vez mais digitalizado, é um fator que conta. E nisso apostaram, naturalmente, muito aqueles que dizem representar a mudança: os quatro que nunca estiveram no poder — Noronha, Manteigas, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho.
Mas ao contrário das eleições civis, em que um homem representa um voto, aqui a antiguidade é um posto. E não é um exclusivo do Benfica. Frederico Varandas, por exemplo, teve mais votos mas menos votantes nas eleições no Sporting que disputou com João Benedito - e hoje é um nome consensual no universo leonino.
No caso dos encarnados, é por demais conhecida a importância dos sócios mais antigos na eleição de presidente do Benfica. Face aos números divulgados ontem pela Mesa da Assembleia Geral, estão 160.182 em condições de votar (menos de metade dos 400 mil anunciados pelo clube em fevereiro), com os associados com 20 e 50 votos a terem um peso de 85 por cento (46,2% nos 50 votos, 38,2% nos 20 votos). São estes que decidem eleições.
Em dia de chuva e de jogo (que acaba já após o encerramento das filas no Estádio da Luz), é impossível prever qualquer desfecho. Mas não será surpresa se for batido o recorde de 2021 do maior número de votantes. Há quatro anos, ganhou Rui Costa com 84,4%. Hoje todos tentam tirá-lo do poder. É assim a democracia."

Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!