"Encarnados jogam em Inglaterra para a Liga dos Campeões, no meio de eleições e de uma equipa com problemas identificados
Estamos a meros dias de uma eleição histórica. O Benfica vai a votos sábado e quem sair vencedor terá de levar o clube para um desconhecido território dos direitos televisivos centralizados. Marcará a semana e por aí se começará, então, a definir o futuro do clube e, pela representatividade do Benfica no universo português, também o que pode vir a ser o futebol nacional: sobretudo em caso de mudança, pois Rui Costa manterá a validação do projeto de Proença na FPF, como não se prevê que mude a posição em relação aos direitos televisivos.
No meio de tudo isto, é hora de jogar à bola. No lançamento do duelo com o Newcastle, José Mourinho começou por responder a uma questão com a pressão de se jogar no Benfica. Como bem disse o técnico, «não é para todos». Obviamente que esta ideia não é exclusiva na Luz, é a condição dos clubes grandes e de seus intérpretes, pois é também no capítulo mental que um futebolista dos encarnados se deve distinguir.
Entre várias ideias, Mourinho voltou a não poupar nada na análise à equipa e identificou que lhe falta velocidade nas pernas - «não temos alas rápidos» - e nas decisões - «Se a primeira coisa que tu pensas quando recuperas a bola é passar para o lado, é passar para trás ou se é tentar encontrar opções à tua frente...». O técnico sadino chamou-lhe intensidade mental e aqui reside uma das grandes diferenças do Benfica para os rivais internos.
É uma das coisas, não única, que faz com que as estrelas da Luz percam brilham nos palcos pequenos. Porque se há coisa que Schmidt (2.º ano), Lage e agora Mourinho tiveram em comum foi esse futebol de ritmo lento que o técnico referiu ontem e que sucede, sobretudo, frente a equipas de menor dimensão, mais até fora de portas, mas já com alguma recorrência também em jogos na Luz.
Esta equipa prefere o conforto da posse à vertigem de um ataque rápido, prefere esperar pelo adversário que perseguir e tentar roubar-lhe a bola.
O jogo com o Newcastle está muito longe de ser desafio igual à I Liga e no meio da análise ao adversário, Mourinho referiu: «As pessoas não vêm aqui para verem um jogo, as pessoas vêm aqui para jogarem com a equipa.»
Uma ideia à qual não me admirava que o treinador regressasse, apelando aos benfiquistas que fizessem o mesmo. Há talvez quem, argumentando com a exibição audível dos adeptos em Stamford Bridge, ache o contrário. Ou simplesmente não frequente mais estádios para além da Luz...
Mourinho, recordemos, é pago para encontrar soluções. O primeiro passo para tal é identificar os principais problemas. Parece-me que isso já o fez. O resto talvez só lá para janeiro..."

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