"PAULA PEYROTEO
E ERNESTINA COIMBRA,
DO SPORT LUBANGO
E BENFICA, FORAM
PIONEIRAS A APITAR
NUM CAMPO PORTUGUÊS.
O Campeonato Nacional de
basquetebol feminino
passou a receber as equipas campeãs de Angola
a partir de 1960/61. Nesse ano,
a vencedora foi a filial benfiquista de Lubango, então Sá da Bandeira, o Sport Lubango e Benfica,
equipa poderosa que também
conquistou o Campeonato Nacional, superando a Académica
de Coimbra, o melhor grupo na
metrópole. Deste modo, a equipa
angolana apurou-se para ser
a equipa representante de Portugal na Taça dos Clubes Campeões Europeus de basquetebol
feminino.
A primeira eliminatória decorreu na Corunha, em janeiro de
1962. No seu regresso a Lisboa,
onde embarcariam para África,
a Federação Portuguesa de Basquetebol não perdeu tempo em
promover um torneio de basquetebol feminino no Pavilhão dos
Desportos, na noite de 18 de
janeiro de 1962, com dois objetivos fundamentais: homenagear
as atletas do Lubango e, sobretudo, angariar fundos para mitigar
os gastos da sua deslocação à
Europa.
Foram convidadas a competir
as equipas do CDUL, do Queluz e
do Benfica, que acabava de recuperar a atividade do basquetebol
feminino. Na primeira meia-
-final, a equipa homenageada
derrotou o Queluz por 32-2, mas
foi a segunda meia-final que verdadeiramente marcou este torneio, quando o Benfica alinhou
contra o CDUL num jogo que contou, pela primeira vez num
campo desportivo português,
com duas mulheres a arbitrar.
Paula Peyroteo e Ernestina
Coimbra, basquetebolistas do
Sport Lubango e Benfica, tinham
realizado um curso de arbitragem
meses antes, em Benguela, dirigido por Artur Tavares, um dos
dois primeiros portugueses a
arbitrar um jogo de basquetebol
internacional. O duelo terminou
num 17-6 em favor das universitárias, resultado normal considerando a recente retoma do Benfica. A melhor marcadora encarnada foi a eclética Teresa Torgal, e
quanto às árbitras, notou-se-lhes
“uma natural falta de hábito e
uma certa ‘negligência’ a apitar”.
Ernestina Coimbra alinhou
nos dois jogos pelo Lubango,
marcando 7 pontos em cada um,
e Paula Peyroteo alinhou apenas
na final. Sempre superior, jogando um basquetebol rápido, moderno, em que “evoluiu melhor
do que muitos conjuntos de rapazes”, a equipa da filial benfiquista
venceu o CDUL por um expressivo 44-6, sendo entregue das
mãos do inspetor dos desportos o
troféu Sport Lubango e Benfica à
capitã lubanguense, Regina Peyroteo. A equipa manteria a sua
hegemonia nas épocas seguintes, sagrando-se tricampeã nacional em 1962/63.
Embora esta seja uma filial já
extinta, pode conhecer mais
sobre a expansão do Benfica no
mundo através das suas filiais,
expostas na área 26 – Benfica
Universal, no Museu Benfica –
Cosme Damião."

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