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quarta-feira, 22 de outubro de 2025

As primeiras árbitras de basquetebol em Portugal


"PAULA PEYROTEO E ERNESTINA COIMBRA, DO SPORT LUBANGO E BENFICA, FORAM PIONEIRAS A APITAR NUM CAMPO PORTUGUÊS.

O Campeonato Nacional de basquetebol feminino passou a receber as equipas campeãs de Angola a partir de 1960/61. Nesse ano, a vencedora foi a filial benfiquista de Lubango, então Sá da Bandeira, o Sport Lubango e Benfica, equipa poderosa que também conquistou o Campeonato Nacional, superando a Académica de Coimbra, o melhor grupo na metrópole. Deste modo, a equipa angolana apurou-se para ser a equipa representante de Portugal na Taça dos Clubes Campeões Europeus de basquetebol feminino.
A primeira eliminatória decorreu na Corunha, em janeiro de 1962. No seu regresso a Lisboa, onde embarcariam para África, a Federação Portuguesa de Basquetebol não perdeu tempo em promover um torneio de basquetebol feminino no Pavilhão dos Desportos, na noite de 18 de janeiro de 1962, com dois objetivos fundamentais: homenagear as atletas do Lubango e, sobretudo, angariar fundos para mitigar os gastos da sua deslocação à Europa.
Foram convidadas a competir as equipas do CDUL, do Queluz e do Benfica, que acabava de recuperar a atividade do basquetebol feminino. Na primeira meia- -final, a equipa homenageada derrotou o Queluz por 32-2, mas foi a segunda meia-final que verdadeiramente marcou este torneio, quando o Benfica alinhou contra o CDUL num jogo que contou, pela primeira vez num campo desportivo português, com duas mulheres a arbitrar.
Paula Peyroteo e Ernestina Coimbra, basquetebolistas do Sport Lubango e Benfica, tinham realizado um curso de arbitragem meses antes, em Benguela, dirigido por Artur Tavares, um dos dois primeiros portugueses a arbitrar um jogo de basquetebol internacional. O duelo terminou num 17-6 em favor das universitárias, resultado normal considerando a recente retoma do Benfica. A melhor marcadora encarnada foi a eclética Teresa Torgal, e quanto às árbitras, notou-se-lhes “uma natural falta de hábito e uma certa ‘negligência’ a apitar”.
Ernestina Coimbra alinhou nos dois jogos pelo Lubango, marcando 7 pontos em cada um, e Paula Peyroteo alinhou apenas na final. Sempre superior, jogando um basquetebol rápido, moderno, em que “evoluiu melhor do que muitos conjuntos de rapazes”, a equipa da filial benfiquista venceu o CDUL por um expressivo 44-6, sendo entregue das mãos do inspetor dos desportos o troféu Sport Lubango e Benfica à capitã lubanguense, Regina Peyroteo. A equipa manteria a sua hegemonia nas épocas seguintes, sagrando-se tricampeã nacional em 1962/63.
Embora esta seja uma filial já extinta, pode conhecer mais sobre a expansão do Benfica no mundo através das suas filiais, expostas na área 26 – Benfica Universal, no Museu Benfica – Cosme Damião."

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