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segunda-feira, 14 de julho de 2025

Loucuras de mercado


"Finais de época refletem problema

As movimentações dos três maiores clubes portugueses no mercado de transferências, este verão, ilustram bem o futebol nacional, como ele é vivido e sobretudo gerido, com mais paixão e menos razão do que seria desejável.
«Trocaram-se presidente, treinadores, diretores, cargos intermédios em vários departamentos, além de jogadores — e o verão ainda vai a meio.»
Também são reveladoras, mais uma vez, da incapacidade para reter talento e de pouca paciência para potenciar outro. Invariavelmente, janelas de mercado são sinónimo de revoluções nos plantéis, com muita gente a sair, mais ainda a desejar sair e outra a chegar. Na última época e arranque desta nova, a vontade ou necessidade de transformação foi e é ainda mais profunda. Trocaram-se presidente, treinadores, diretores, cargos intermédios em vários departamentos, além de jogadores — e o verão ainda vai a meio. Não estão em causa as ideias, boas ou más, mas tanta mudança reflete exatamente a ausência daquilo que os clubes se apressam sempre a dizer que têm: projeto desportivo.
Um projeto não pode, ou não deve, ser colocado em causa no final de todas as épocas, não pode estar dependente do jogador A ou B, daquele ou de outro diretor ou assessor e até de um campeonato ganho ou perdido, por vezes à distância de três pontos, de uma bola no poste ou na baliza, como sucedeu na última temporada, em que o Sporting venceu e o Benfica perdeu. Acredito mesmo que se parta com essa intenção e até ilusão, mas, por muito que custe, não vejo que estejam a ser seguidos ou cumpridos projetos, que, sendo projetos, deveriam ter como meta o médio e o longo prazo.
«Se os clubes não conseguem seguir um plano próprio, dificilmente será possível chegar a entendimento sobre um projeto para fazer crescer e rentabilizar o futebol português na globalidade.»
Esta sensação não é exclusiva para Benfica, Sporting e FC Porto, estende-se à maioria dos clubes da Liga e tudo isto, a cada época, ou a cada final de época, resulta na conclusão que se os clubes não conseguem seguir um plano próprio, dificilmente será possível chegar a entendimento para um projeto para fazer crescer e rentabilizar o futebol português na globalidade.
Naturalmente que falta capacidade e independência financeira para trilhar caminho, não é fácil fazer omoletas sem ovos, mas talvez, apenas talvez, nos tenhamos, clubes e adeptos, habituado a viver (ou sobreviver) acima das possibilidades. Projetos mais sustentados e firmes, além de uma época, de um campeonato, de uma entrada ou não na liga dos campeões, podem ser solução."

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