"Médio foi o primeiro bode expiatório de uma época que não está a começar como os benfiquistas gostariam. Não se percebeu porque saiu da convocatória, mas não se viram grandes melhorias
Não acho, longe disso, que a gratidão que Portugal e os portugueses devem aos campoeões da Europa de 2016 justifique qualquer situação de favor ou manutenção de estatutos só porque sim. Mas choca-me, confesso, ver jogadores como Rui Patrício, Adrien Silva, Cédric Soares ou João Mário sem rumo no início de mais uma temporada. E fico sempre a pensar que alguém, a determinada altura, falhou no percurso de cada um. Eventualmente os próprios, nalguns casos, mas não consigo deixar de pensar que alguém em torno deles os deixou cair. Ou não susteve as quedas como podia.
Adrien tem 35 anos. Poderia pensar no final da carreira? Só ele saberá como se sente. Parece incrível, no entanto, como ninguém pensa nele para um meio-campo qualquer. Rui Patrício tem 36 anos, o que para um guarda-redes representa apenas a perspetiva de mais cinco ou seis anos de carreira. Cédric e João Mário são mais novos (33 e 31 anos) e o caso do médio do Benfica não pode deixar de ser o que causa maior estranheza.
Contratado pelo Benfica no reinado de Jorge Jesus, desde logo causou desconfiança. Afinal, a procedência de formação — o Sporting — não é propriamente o melhor cartão de visita para agradar às exigentes bancadas da Luz. João Mário, porém, demorou pouco a convencer os mais céticos e fez, ainda com Jesus, uma ótima época.
Com a entrada de Schmidt viu potenciado todo o talento com que nasceu. Fez 51 jogos, marcou 23 golos e fez 13 assistências em ano de conquista da Liga.
O segundo ano do alemão no Benfica não foi tão famoso, como estamos fartos de saber e repisar, e de repente João Mário passou a ser uma espécie de patinho feio para os adeptos, convencidos de que ele seria um menino bonito do treinador. Fez nove golos e três assistências, mas isso não chegou para conquistar o coração do famoso tribunal da Luz.
O Benfica arrancou meio coxo na presente temporada, com derrota em Famalicão e vitória gorda, embora de exibição médio-menos, diante do Casa Pia. Sem que se tenham ainda percebido as verdadeiras razões, o primeiro bode expiatório 2024/2025 foi João Mário. Saiu da convocatória. O Benfica venceu o Estrela da Amadora, é certo, mas continua no médio-menos exibicional. E pareceu claro que perante um meio-campo frágil como o dos amadorenses a qualidade de João Mário poderia ter feito mais diferença. Pelos vistos o problema não era ele."
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