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quarta-feira, 3 de julho de 2024

O meu 26 titular


"Portugal não podia ter arrancado melhor o Euro2024. O 1.º lugar no Grupo F foi a confirmação de que a qualidade coletiva apresentada durante toda a fase de qualificação não foi passageira, nem obra do acaso. Naturalmente, o entusiasmo que já era grande tem vindo a crescer cada vez mais, apesar do grande desapontamento que esta competição trouxe aos adeptos portugueses em geral, grupo de desiludidos onde também eu me incluo. Ninguém estava à espera da imposição repentina desta nova regra: neste Europeu, apenas 11 jogadores podem entrar de início.
Foi uma surpresa enorme, bem sei, e não é fácil gerar consenso neste inédito processo que é ter de escolher apenas 11 atletas para a equipa titular. Tudo seria mais fácil como antes, quando podíamos ir a jogo com o Diogo Costa, o José Sá e o Patrício lado a lado a protegerem a baliza; o Cancelo, o Dalot e o Nélson Semedo, todos os filinha a percorrer o corredor direito; o Nuno Mendes a galgar o esquerdo, o quinteto de centrais composto pelo Rúben Dias, Pepe, António, Inácio e Danilo; um meio-campo controlado pelo Palhinha e pelo Rúben Neves, e organizado em conjunto por Matheus Nunes, Vitinha, Bruno e João Neves; e na frente, um ataque móvel e dinâmico com Ronaldo, Bernardo, Leão, Jota, Conceição, Félix, Neto e Ramos à solta. Se tem sido difícil lidar com esta nova realidade para os adeptos, o leitor imaginar a confusão em que deve estar a cabeça de Roberto Martínez, que agora já não pode entrar em campo com estes 26 craques e cumprirem tudo aquilo que o selecionador lhes pediu para respeitar no habitual 3-9-6-8.
Infelizmente, é mesmo assim, e 15 jogadores têm de ficar de fora, mas nem tudo é mau. Com um Vitinha em grande forma e a roubar espaço ao João Neves, o nosso menino fica protegido de olhares de assédio europeu indesejados."

Pedro Soares, in O Benfica

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