"Salzburgo foi um bálsamo, mas Rui Costa deve manter o foco no que é essencial
Depois do final tumultuado do Benfica-Farense, se o clube da Luz tivesse encomendado a um guionista de Hollywood uma saída airosa para o imbróglio, que teve dois particulares visados, Roger Schmidt pelas opções tomadas e Arthur Cabral pelo gesto obsceno com que respondeu a obscenidades que lhe eram dirigidas, o resultado, mesmo que fosse premiado com um Oscar, não poderia superar o que aconteceu em Salzburgo: o Benfica precisava de ganhar por dois golos de diferença, e ganhou; Schmidt mandou a jogo Cabral aos 90+1’, e um minuto depois o avançado brasileiro assinou, com elevada nota artística, o golo que manteve os encarnados na UEFA, via Liga Europa.
No mundo do futebol não há argumento mais forte que os resultados. O que sucedeu na Áustria aumentou substancialmente a margem de manobra do treinador alemão e tornou mais fácil a aceitação do pedido de desculpas atempadamente feito e depois reiterado pelo avançado brasileiro. Em Braga, no domingo, será escrito um novo capítulo da enciclopédia do futebol nacional de 2023/2024…
O mais importante para os encarnados, independentemente da espuma dos tempos, é que Rui Costa - principal garante, pela legitimidade ganha em eleições e por ser uma figura de referência no Benfica, da unidade do clube - não perca o foco, mantenha a lucidez e aproveite janeiro para dar ao plantel encarnado os retoques de que precisa, nomeadamente para as alas da defesa e para a posição de matador (nada é mais difícil e valorizado do que meter a bola na baliza do adversário).
E, pelo caminho, deverá fazer ver a Roger Schmidt, que confessou, um ano e meio depois de ter desembarcado em Lisboa, que ainda não se tinha apercebido como os benfiquistas conviviam mal com os empates e as derrotas, que a Liga portuguesa é diferente de todas as outras porque foi forjada, historicamente, num desequilíbrio de meios entre os contendores, que obrigou a que os menos apetrechados fizessem da imaginação uma arma e reinventassem o quadrado com que D. Nuno Álvares Pereira derrotou os castelhanos em Aljubarrota...
PS - O FC Porto qualificou-se, de forma enfática, para os oitavos da Champions. Benefícios financeiros, reputacionais e desportivos: os dragões vão ter de realizar dois jogos menos que Benfica, Sporting e SC Braga."
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