"Chefe Schmidt serve agora como prato principal na sua ementa vitoriosa um saboroso e bem temperado bacalhau com todos.
Florentino é a batata espessa e nutritiva.
Enzo Fernandez, a couve farfalhuda e omnipresente.
João Mário, a cenoura, doce e vitaminada.
David Neres, o bolbo suculento de múltiplas camadas, melhor que cebolinha.
Gonçalo Ramos, o ovo cozido destacado no seu devido lugar, como o de Colombo.
Rafa, o azeite e vinagre que faz a cama aos outros e escorre por toda a travessa.
E, claro, o bom do Aursnes, o bacalhau que ajuda a que todos os jogos sejam Natal à mesa dos benfiquistas.
Dirigir uma equipa de futebol pode parecer tão simples como atirar o bacalhau e os seus amigos para dentro da panela e deixá-los cozer, mas o que esta posta alta, pescada na Noruega e salgada na Holanda, veio trazer aos manjares do Benfica é uma degustação “gourmet”, por módicos 13 milhões de euros, só se consegue após muito tempo a demolhar - um toque nórdico de fusão com paladares lusos, argentinos e brasileiros, digno de cinco estrelas Michelin.
Talvez por ter sido capturado em águas menos frias, bem adaptado ao futebol fluido e prático dos holandeses, Fredrik Aursnes entrou na equipa do Benfica como um “fiel amigo” já provado há longa data, de gosto tradicional, que não precisa ser em grande quantidade para fazer sentir o aroma e o carácter a cada garfada, que não enche o campo como Enzo ou João Mário, mas que se sente ou pressente por todo o lado.
O norueguês, sozinho, é a rotação de Roger Schmidt. Dá com Florentino no meio. Dá com Enzo na contenção. Dá com João Mário como ala. Acho que dará como central ou lateral, se necessário. Ainda não marcou, mas conclui muito bem.
Aursnes do Benfica liga com todos, como o bacalhau graúdo, gostoso e popular."
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