"Depois de vitórias frente a FC Porto e Juventus, goleada do Benfica frente ao Chaves por 5-0, num jogo que ao intervalo já estava resolvido, cortesia das canhotas de Neres, Grimaldo e Gonçalo Ramos, completadas por Musa e Rafa já no segundo tempo. A fórmula Schmidt continua em alta rotação e o FC Porto já está a oito pontos
Segue formosa e segura a fórmula Schmidt na I Liga - depois de bater FC Porto no Dragão e atirar a Juventus para fora da Liga dos Campeões, o Benfica não desacelerou no regresso ao campeonato. A goleada frente ao Chaves, por 5-0, é mais um ruidoso statement, até porque falamos de uma equipa que esta temporada já ganhou em Alvalade e ao SC Braga, um conjunto bem trabalhado, que terá pagado caro ter chegado à Luz com vontade de jogar - o que, aqui entre nós, não é vergonha nenhuma.
Porém, frente a uma máquina de ataque como o Benfica, entrar a sofrer pode bem ser a derrocada de qualquer tática, estratégia e quejandos. Com o regresso de Neres ao onze e Aursnes no meio-campo com Enzo (Florentino ficou, desta vez, no banco), os encarnados juntaram logo de início a irreverência do brasileiro, com a segurança e simplicidade do norueguês, mais a capacidade de variação de jogo do argentino. Os minutos iniciais foram, expectável, um sufoco para os de Trás-os-Montes.
António Silva foi, no entanto, o primeiro a criar perigo, com um remate de calcanhar maroto, aos 2’, uma homenagem quiçá à magia de Rafa no jogo de terça-feira da Champions, que saiu ligeiramente ao lado. Na reposição, o primeiro pecado do Chaves: perda de bola em zona alta e Neres arrancou em slalom, rematando de pé esquerdo ainda fora da área para o cantinho da baliza de Paulo Vítor. Há piores maneiras de regressar à titularidade.
Os pés esquerdos seriam, aliás, essenciais para que ao intervalo o Benfica já tivesse a contenda mais do que resolvida. Aos 10’, uma falta à entrada da área chamava pelo melhor pé de Grimaldo, que deu à bola aquele jeitinho que talvez ninguém neste retângulo consiga dar e o 2-0 estava no marcador.
E assim foi a toada até à meia-hora, com o Benfica a pautar o jogo à vontade, com as oportunidades a sucederem-se. Rafa e Gonçalo Ramos estiveram perto e depois o Benfica pareceu adormecer. Chegou para que o Chaves trouxesse uma amostra da sua qualidade, com três remates de rajada aos quais Vlachodimos respondeu com atenção. O terceiro golo do Benfica, aos 37’, saído de mais um pé esquerdo, agora de Gonçalo Ramos, após um passe de Aursnes, a aparecer pela direita, surgiu no melhor momento do Chaves e estancou qualquer possível reação da equipa de Vítor Campelos.
Uma reação que poderia ter tido mais força na 2.ª parte. A entrada do Benfica voltou a ser contundente, logo com uma oportunidade de João Mário após arrancada trucidante de Rafa e um fantástico golo de Enzo aos 54’ que seria anulado por fora de jogo de Aursnes na jogada, mas a partir daí o ritmo baixou a pique, com o Benfica a controlar, quase sempre com bola. A oposição, nesta altura, era quase inexistente. O primeiro remate enquadrado da 2.ª parte apareceria, aliás, apenas aos 78’, num cabeceamento de Otamendi, que marcou um certo ressurgir do Benfica.
Pouco depois, aos 81’, Musa aproveitou um lance bem trabalhado entre Enzo e Diogo Gonçalves para fazer o 4-0 e até ao final do jogo os encarnados voltaram a aquartelar-se ao largo da baliza de Paulo Vítor, com Rafa a fechar a contagem já para lá dos 90’, numa recarga de cabeça a um remate à barra de Gilberto onde o que fica na retina é mesmo a jogada de entendimento do Benfica, futebol simples e ao mesmo tempo luxuriante, já com muita daquela gente com noventa minutos nas pernas, depois de uma semana de competição intensa. É obra.
Com o empate do FC Porto nos Açores, o Benfica é agora ainda mais líder, com os rivais já a oito pontos. Impossível dizer, antes do Mundial - porque este pode mudar muita coisa -, que o campeonato está entregue, mas não está fácil para ninguém travar a paixão de Schmidt pela baliza."
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