"O seu estilo calmo e inconfundível tornou-se num dos maiores marcadores da história do hóquei em patins benfiquista e nacional
Nascido em 20 de Janeiro de 1931, Domingos Perdigão era o mais velho de quatro irmãos. Aos 2 anos, o pequeno Domingos passava muito tempo em casa do padrinho, com quem passou a viver. O padrinho empregado do Sport Lisboa e Benfica, morava numas dependências do ringue do Clube, na Avenida Gomes Pereira, onde prestava o serviço.
'De manhã à noite, o pequeno Domingos quase não se via outra coisa que não via outra coisa que não fossem pessoas a patinar' e, por isso, cedo se aventurou a experimentar os patins, encorajado pelo padrinho. O pequeno foi crescendo, sempre com os patins nos pés, e aos 12 anos estava empregado como aprendiz de serralheiro da sua idade a começarem a ensaiar as primeiras tentativas no hóquei em patins e, um dia, resolveu tentar também. Persistente, Domingos começou a treinar quase todos os dias, muitas vezes com aqueles que viriam a ser os seus companheiros na modalidade: Luís e Mário Lopes, Fernando Cruzeiro e José Lisboa, entre outros. Os dirigentes do Benfica começaram a reparar no afilhado do sr. Raul, 'assistiram aos seus progressos, admiravam a serenidade e a finura com que o garoto concebia os lances. Tinha bons reflexos, dominava a bola com à-vontade, era inteligente nas desmarcações' e atingia uma velocidade invulgar.
Domingos Perdigão praticou outras modalidades no Benfica, alcançando sempre bons resultados. Jogou hóquei em campo e, nos juniores, foi campeão de Lisboa, em 1947. Nas corridas em patins, também nos juniores, bateu oito recordes nacionais e igualou mais quatro, entre 1948 e 1949. Apesar de praticar com sucesso as três modalidades, sentiu necessidade de se dedicar a apenas uma, e a escolhida oi o hóquei em patins.
Nesta modalidade, já tinha sido campeão de Lisboa e campeão nacional de juniores, em 1947. Estreou-se na equipa de seniores dois dias depois de completar 18 anos, frente ao Ateneu Comercial de Lisboa, a contar para a Taça de Honra. Marcou dois golos da vitória do Benfica por 5-3. 'Depois, foi o desfiar de épocas, em que o valor de Perdigão e da equipa de que fazia parte cada vez mais se firmava, como um dos mais sólidos pilares do hóquei em patins português'. Com Fernando Cruzeiro e José Lisboa, formou um trio de ataque verdadeiramente temível, e os resultados favoráveis do Benfica começaram a surgir, marcando uma nova era na modalidade.
Domingos Perdigão foi três vezes campeão da Europa e campeão do mundo em duas ocasiões. No Benfica conquistou 6 Campeonatos Nacionais e foi considerado um dos maiores goleadores da história da modalidade, com mais de mil golos marcados.
Saiba mais sobre o hóquei em patins encarnado na exposição temporária Benfica - O Lugar Que Somos, no Palácio Baldaya."
Marisa Manana, in O Benfica
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