"Contam-se pelos dedos das mãos - ou dos pés, se o leitor fizer as contas irá perceber que vai dar ao mesmo - os jogos do Benfica que não tive possibilidade de assistir ao vivo ou pela TV ao longo dos últimos dez anos. O Benfica 3-0 SC Braga da Supertaça, em Agosto de 2016, foi um desses jogos. Aos 10 minutos, o telemóvel apitou. Uma boa nova em formato de notificação a anunciar que Franco Cervi, argentino que fazia a estreia absoluta com o manto sagrado vestido, tinha feito o 1-0. Cinco anos, 172 jogos e 21 golos depois, lá vai ele brilhar para outro estádio. Conquistou dois campeonatos, uma Taça de Portugal, duas Supertaças e o meu coração. Foi titular absolutamente suplente utilizado, reserva, e em nenhuma dessas condições me desapontou. O Cervi vai embora da Luz, mas deixa momentos inesquecíveis. Abriu o marcados nos 5-0 ao Vitória SC. Deixou os benfiquistas em euforia com aquele golaço de livre em Portimão - num jogo onde bisou. Entrou para arrancar, sozinho, uma grande penalidade naqueles 3-3 com o Boavista. E, sobretudo, ganhou - com uma confortável distância para o segundo classificado - o prémio de maior borrachão na festa do tetra, em 2017. Cabe imenso talento naqueles 1,65m, mas álcool nem por isso.
Ágil como um boneco de PlayStation, intenso como os preservativos da Durex, competitivo como qualquer profissional que tenha tanta vontade de ganhar como um adepto. Enquanto cá esteve, Cervi cumpriu sempre as expectativas: foi um jogador de equipa, de ataque, de imprevisibilidade. De dribles e tabelas. De qualidade. Um jogador à Benfica. A tua genica vai deixar saudades, craque. Boa sorte, Franco!"
Pedro Soares, in O Benfica
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