"Jogo de sentido único, como se esperava, com uma vitória natural da turma da Luz, num jogo com pouco sal e um ritmo baixo. Se do lado encarnado o interesse e a predisposição para acelerar o jogo não estiveram nos píncaros, do lado maritimista a incapacidade em transitar com qualidade tornou sempre o terreno de jogo demasiado grande para os forasteiros, que se limitaram a ações de bola parada para criar situações de relativo perigo.
Lucas e Diogo Gonçalves cada vez mais entrosados no coletivo encarnado são, também eles, peça chave para que a equipa ataque melhor. Para ter a bola com qualidade tens de a perder menos vezes e, para tal, esta dupla veio trazer maior critério e capacidade associativa à última linha encarnada;
Por oposição aos seus colegas, Everton. O internacional brasileiro tarda em evidenciar todo o seu potencial. O canarinho parece, por vezes, um peixe fora de água no modelo de Jorge Jesus. Muitas vezes de costas para o jogo e tendo a obrigatoriedade de baixar na cobertura ao lateral, Everton parece um elemento “triste” em campo;
No lado oposto, Rafa beneficia do aparecimento de Diogo Gonçalves para subir o seu rendimento. Porque o futebol é, antes de mais, um jogo de associações setoriais, o extremo português encontra, pelas combinações com Diogo mas também Luca, melhor condições para explorar o seu futebol e aparecer, em espaço curto, devidamente enquadrado para a baliza adversária para desequilibrar;
Taarabt, novamente à sua imagem, a perder gás com o decorrer do encontro e a deixar a sua equipa exposta a algumas transições adversárias. Se é importante saber ter a bola, não é menos ter equilíbrio sem ela;
Seferovic é o melhor marcador do Benfica mas mostrou, mais uma vez, o porquê de não ser visto como um matador. Uma bola em zona frontal na cara do guarda-redes não pode ser desperdiçada com tanta displicência.
Destaques Individuais
Luca é o criador-mor do jogo ofensivo encarnado. A qualidade técnica e associativa do alemão são imprescindíveis para um Benfica com um jogo, demasiadas vezes, lento e padronizado. Hoje, para além de tudo isso, marcou o golo da vitória.
Lucas Veríssimo é um defesa de uma sobriedade incomum nos momentos com e sem bola. Apesar de o seu único erro técnico de hoje ter originado a maior oportunidade do Marítimo, o brasileiro mostra, a cada jogo, porque motivo a melhoria defensiva encarnada não se pode dissociar da sua chegada.
Amir evitou um resultado dilatado com duas defesas de bolas “isoladas” e outro par de boas intervenções. Merece outro patamar na carreira."
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