"Faltam dez jornadas para se concluir o calendário da primeira liga, e para que a próxima jornada possa ser preparada de forma conveniente vai ser necessário efectuar desafios em ritmo que nos tempos precedentes não seria aceitável.
Diz um velho aforismo popular que a “necessidade aguça o engenho”. Na actualidade, transportando-a para o futebol, essa ideia tem indiscutível cabimento. Isto porque os últimos dias têm-nos trazido movimentos que tendem a levar-nos de novo ao jogo já no próximo mês de Junho.
Faltam dez jornadas para se concluir o calendário da primeira liga, e para que a próxima jornada possa ser preparada de forma conveniente vai ser necessário efectuar desafios em ritmo que nos tempos precedentes não seria aceitável.
Por isso, o que está aqui em causa é, quanto a nós de forma preponderante, o dinheiro e não propriamente o regresso da competição. Daí a ideia de que, no caso presente, a necessidade aguça o engenho.
No entanto, voltar à normalidade não parece possível nas condições actuais. Como vai ser preparada essa imaginária ponta final do campeonato?
Como irão decorrer os treinos, sabendo-se que a situação que vivemos restringe contactos e exige distanciamentos? Haverá possibilidade de permitir que o público assista aos jogos? E se tal acontecer, quererá esse público arriscar a sua presença, mesmo respeitando o confinamento?
Mais do que pensar nestes aspectos fundamentais, os responsáveis centram a sua atenção na governação do futebol para evitar a derrapagem que pode acontecer a curto prazo.
Sem as chorudas verbas televisivas, sem as receitas de bilheteira, reduzida a publicidade, a vida dos clubes entrará em agonia, sendo estes também obrigados ao estabelecimento de um novo tipo de relação laboral com os seus atletas.
É apreciável o esforço que está a ser feito, sobretudo pela Liga de Clubes, para que tudo volte à normalidade, mas há o risco de vir a não ter grande sucesso.
A pandemia que nos atingiu poderá tornar-se num ponto de partida para um tempo novo, mas desde já parece não haver dúvidas sobre uma certeza: o futebol, tal como o conhecemos até há pouco, não voltará a ser possível.
Veremos, em breve, o que o futuro nos reserva."
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