"Ontem o país ficou a saber da existência de uma investigação do Ministério Público ao Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol. Em causa estão denúncias do árbitro (despromovido de forma fraudulenta), Jorge Ferreira, sobre crimes de corrupção e falsificação de documentos.
A RTP, por intermédio do jornalista Hélder Silva, entrevistou o visado árbitro que confirmou as pressões do CA sobre os árbitros para favorecerem determinados clubes, prática que continua a acontecer na corrente época. O mesmo jornalista contactou outros árbitros (incluindo internacionais) que, quando confrontados com a veracidade das informações de Jorge Ferreira, responderam «Não me pergunte isso, por favor».
Recordamos, então, o que a nossa equipa já havia avançado, há um ano, acerca das ligações familiares, suspeitas de corrupção e hipótese de falsificação de documentos:
O Presidente do Conselho de Arbitragem, Fontelas Gomes, é casado com a observadora Eliana Pinelo. Logo aqui existe uma clara incompatibilidade de funções. Um dos dois deveria ter de se demitir, pois não podem ambos exercer, uma vez que os dois cargos são inconciliáveis. Fontelas Gomes esteve também envolvido numa transferência do filho ainda menor para o SCP e, embora receba cerca de 10 mil euros por mês, os gastos que realiza são incompatíveis com o nível de vida que faz, assim como as despesas que suporta e que realiza.
Depois, o Vice-Presidente da Secção não profissional, Dr. Paulo Costa, tem como irmão o árbitro (C1) Rui Costa, que sendo irmão de quem é, acaba por sair favorecido. Logo por aqui se vê que existe outro claro conflito de interesses.
De acordo com o regulamento de arbitragem, um árbitro não pode pertencer aos quadros federativos se tiver um observador na família ou se tiver relações com familiares directos. Como é possível (não) conviverem diariamente com a família? A título de exemplo, o árbitro Alfredo Braga - que tem um sobrinho observador - também não podia ter relações familiares com ele, mas o certo é que a situação, apesar de denunciada, permaneceu impune.
O referido Vice-Presidente, Dr. Paulo Costa, actuou e actua nas classificações C1 e C2. Ficou provado por acórdão proferido em 2017 pelo Conselho de Justiça que este actuava nas notas dos árbitros da C1.
Correm rumores que ele dizia aos árbitros para "não favorecerem A ou B". Isto passou-se várias vezes e era reportado pelos árbitros e árbitros assistentes visados.
Continuamos com o Dr. Bertino Miranda, Vogal de secção profissional. Este decide as classificações dos assistentes. Sabemos que no passado falou pessoalmente a José Braga e a Tiago Rocha - árbitros que tinham todo o interesse em recorrer - para saber da disponibilidade de ambos actuarem como colaboradores na academia da arbitragem. Após o decurso do prazo de recurso, não mais foram contactados, evitando assim reclamações e alaridos públicos por uma eventual decisão contrária a sair do recurso que aqueles pretendiam interpor. Dizem que, segundo o próprio, «se não se puder fazer ... mais vale pagar, escândalos é que não».
Álvaro Mesquita, árbitro auxiliar, chegou a ter 8/9 notas negativas em épocas passadas, contudo, acabou nas últimas jornadas com notas de "Muito Bom". Este fazia parte da equipa de Jorge Sousa. E quem era colega de equipa de Jorge Sousa? Bertino Miranda, que avalia os árbitros assistentes.
Ricardo Duarte, membro do Conselho de Arbitragem, está ligado a um grupo que actua próximo dos árbitros e árbitros assistentes, condicionando jogos e pressionando-os a comportamentos que implicam decisões contrárias ao regulamento de jogo.
Lucílio Baptista, Pedro Portugal e Albano Fialho, membros da Secção de Classificações, são os responsáveis pela alteração das notas introduzidas na plataforma informática. São eles quem têm o poder de alterar as notas a seu belo prazer (podendo penalizar quem age correctamente) e protegem os interesses de quem actua, alterando no computador as notas que lhes são transmitidas conforme as directrizes de Ricardo Duarte. Estes não dão acesso dos documentos aos árbitros. Porque será? É que assim podem modificar as notas na plataforma informática. Volvidos meses, nenhum observador vai ver a nota que aparece na plataforma informática, até porque o que aparece no critério de descida é apenas a não classificação.
Vasco Santos, videoárbitro, é um elemento necessário para as respectivas informações. Este manteve a categoria de arbitro C1 e foi para VAR. Não conseguia passar sequer nas provas físicas, mas foi sempre classificado e avaliado por pessoas que, possivelmente, adulteravam os valores de classificação. Todos os árbitros são testemunhas deste facto. Querem provas? Na época 17/18, durante as primeiras provas de aferição realizadas no Luso, o Sr. Vasco Santos passou sem cumprir os mínimos das provas físicas.
Em suma:
Elaboram segundas actas para corrigirem as classificações de acordo com o que pretendem.
Não fazem a revisão de notas e, apesar dos inúmeros requerimentos, muitas das vezes são pedidos deferimentos tácitos que também não merecem despacho.
Não respondem aos emails dos árbitros e não dão acesso à documentação.
Condicionam os árbitros e pressionam a arbitragem a defender as suas decisões.
E, para finalizar, aplicam os critérios que querem, para quem querem, sendo que a uns dão boas notas e a outros dão más notas com lances iguais. Como prova, bastará ver as imagens de vídeo do VAR e as classificações que deram por referência a lances iguais, com árbitros diferentes.
Esperemos que a justiça esteja atenta e actue em conformidade."
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