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sábado, 12 de outubro de 2019

Os riscos de plantéis demasiado curtos

"O que se ganha em competitividade e motivação pode perder-se na profundidade de soluções ao dispor

Tanto tempo sem poder ver o Benfica jogar faz-nos parecer aqueles períodos de convalescença, em que pais ou avós nos obrigam a comer comida sem sal, chá e torradas.
Alimenta, pode até ser melhor para a saúde, mas não é a mesma coisa.
Venham de lá uns joguinhos do Benfica nem que seja para a Taça de Portugal, para dar algum sabor desportivo à época e repor os níveis de Benfiquismo nos parâmetros habituais.
Florentino parece recuperar bem, veremos quando regressa e sobretudo como regressa o nosso médio defensivo. André Almeida preocupa e as notícias são de tempo ainda considerável de paragem.
Notícias dão Vinícius e RdT como dupla a testar frente ao Cova da Piedade, mas logo as manchetes são: 37 milhões na frente da Taça.
Seja, desde que venha a Taça no Jamor temos paciência e sentido de humor para tudo.
Este início de temporada foi terrível, lesões atrás de lesões, algumas delas bem demoradas, o que nos faz pensar nos ricos de plantéis demasiado curtos.
O que se ganha em competitividade e motivação pode perder-se na profundidade de soluções ao dispor.
Esta paragem tem o sabor amargo de ter sido efectuada sob o efeito de uma derrota em terras dos Czares, é sempre melhor desfrutar destes tempos depois de uma boa vitória.
O tempo económico e financeiro dos maiores clubes parece não ser todo igual.
Enquanto no Benfica se estuda o mercado para escolher quem devemos comprar, noutras paragens pode-se ao mercado o obséquio de poder vender alguma coisa.
Também nas nossa vidas costuma ser mais agradável a fase de escolher coisas que queremos comprar do que ter que andar a procura de vender bens para solver compromissos.
Esta situação traz responsabilidade acrescida ao Benfica, estar melhor económico e financeiramente 'obriga' a ter melhor desempenho desportivo. Isso esperam os analistas e isso exigem os adeptos.
Jorge Jesus mostra (não era preciso) no Brasil ser um excelente treinador. O Flamengo é um clube grande mas Jorge Jesus quer dele fazer um clube vencedor, que são coisas bem diferentes.
É bom ver treinadores portugueses (e jogadores) a ter sucesso em várias paragens do mundo, é mau ver quão mesquinhos são alguns comentários incapazes de se alegrar com o sucesso alheio."

Sílvio Cevan, in A Bola

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