"Podemos olhar para o percurso do Benfica na Champions dos últimos anos de formas distintas. Vendo o copo meio vazio, que sublinha as 12 derrotas em 15 jogos da fase de grupos. Ou vendo o copo meio cheio, que, subtraindo a participação de 2017-18 (essa, sim, verdadeiramente desastrosa), lembra os quartos de 2015-16 (excelente), os oitavos de 2016-17 (positivo) e o 3.º lugar com 7 pontos atrás de Bayern e Ajax na última temporada (longe de envergonhar), concluindo que, em três destes quatro anos, os encarnados em nada comprometeram o seu prestígio internacional.
Os zero pontos de há duas épocas continuam, porém, a pesar na consciência benfiquista. São um fardo do qual ainda não nos libertámos, que arrasa estatísticas e percepções.
É preciso também lembrar que, se o Benfica escreveu nesta prova algumas das páginas mais cintilantes do seu historial, ela muitas vezes nos foi madrasta. Finais em campos adversários, lesões graves antes e durante finais, derrotas por penáltis e até eliminações por moeda ao ar. Seja o fantasma Guttmann ou qualquer outra coisa, há todo um lastro de falta de sorte na competição. Tenho para mim que no passado mais recente também temos pagado o preço de um modelo de jogo marcadamente ofensivo - que pode ser esmagador entre portas, mas lá fora deixa a equipa exposta e adversários fortes e por vezes cínicos. Isso explica também os resultados do nosso rival nortenho, cuja aposta no rigor defensivo, em em forte componente atlética, rende pontos numa Europa que não 'gosta' de laterais demasiado atacantes, de meio-campos macios, ou de extremos pouco dados a defender."
Luís Fialho, in O Benfica
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