"Em 4 dias tivemos 180 minutos de futebol da melhor equipa do Benfica. Historicamente, esta não é a melhor parte da época. Durante muitos anos habituámo-nos a ver logo em Setembro, ou Outubro, outros na liderança. É o período que coincide com os primeiros jogos na Liga dos Campeões. É quando ultrapassamos a fronteira do sofrível futebol nacional e experimentamos outras realidades, outras competências. Evoluímos para uma realidade de competitividade de contra-guerrilha. E tornámo-nos bem sucedidos nisso. Sabemos que em cada deslocação nos espera um árbitro nomeado a preceito. Um adversário ultra motivado, um horário de jogo difícil, um calendário que não nos favorece, preços que desmobilizam os nossos adeptos, um ambiente de risco e sem elevados padrões de segurança. É nisto que competimos, é nisto que ganhamos. E ganhamos sempre no limite da superação. Logo, dizem que não merecemos. Quando ganhamos com folgadez, já o campeonato é desequilibrado e desprimoroso. Sobre os nossos jogadores está a carga amassada pela comunicação social que vende o anti-Benfica como água engarrafada.
E é neste ecossistema que sobrevivemos a ganhar. Porque se não ganhássemos, como o SCP, já nos teriam dividido, reduzido, aniquilado. Quase o conseguiram. E é porque esta história está bem presente na cabeça dos que passaram por isso, e triunfaram, que se lhes Exige outro Benfica dentro de campo. É dentro de campo que deve começar o orgulho benfiquista. É lá dentro que acontecem as jogadas que alimentam o fervor, que cativam novos adeptos, que orgulham todos, que os levam ao estádio e aos locais de consumo. É no campo que nascem os heróis que fazem o Benfica.
Longe do campo a marca fenece. É esta frase que deve fazer soar as campainhas. Foi o cartão de apresentação de Bruno Lage: melhor futebol para os adeptos. Não passou assim tanto tempo. Se alguém cometeu o erro de pensar que o Benfica cresce com números esmagadores do desencanto, ainda vai a tempo de rever a tese. O Benfica cresce com golos, com fintas, com passes, carrinhos, tudo numa vertigem que leva ao empolgamento e, daí, aos números.
Mais e melhor futebol dentro de campo. É este o nosso Benfica. É este o Benfica que pode triunfar em todo o lado, também na Europa, e libertar-se da mediocridade nacional onde os números na algibeira contam mais que tudo. Por isso, libertem o lado bom do futebol que há-de chegar para o resto."
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