"Um dos momentos mais entusiasmantes do calendário europeu de futebol viveu-se hoje, 29 de Agosto, no Mónaco. O sorteio da Liga dos Campeões realizou-se nos moldes habituais e 32 clubes tomaram conhecimento das três equipas com quem vão passar (o que pretendem ser) três belas noites de terça-feira e três belas noites de quarta-feira, entre meados de Setembro e inícios de dezembro. Um desses clubes era o SL Benfica.
O representante português na prova (cada vez mais) milionária ficou a saber que os russos do FK Zenit, os franceses do Olympique Lyonnais e os alemães do RB Leipzig vão ser os primeiros adversários no caminho benfiquista na prova maior de clubes da Europa. Três clubes que, com a aliança encarnada, formam um grupo G bastante equilibrado, tornando-se de vital importância vencer os jogos em casa.
Equilíbrio no presente, mas claras diferenças no passado. Os três adversários do SL Benfica, em conjunto, têm uma presença nas meias-finais da Liga dos Campeões, cortesia do conjunto francês, que em 2009/2010 só foi travado nessa avançada fase da competição, pelo FC Bayern Munique. O O. Lyonnais contribui ainda com uma Taça Intertoto e o FK Zenit com uma Liga Europa e uma Supertaça Europeia. Um historial interessante, mas que fica aquém dos dois títulos europeus e das cinco finais perdidas dos atuais campeões portugueses.
No entanto, são, actualmente, três equipas poderosas (financeiramente talvez até mais do que o SL Benfica), com um equilíbrio muito grande entre experiência e juventude – no FK Zenit, Ivanovic e Malcolm, no O. Lyonnais, Depay e Rafael da Silva, no RB Leipzig, Werner e Forsberg. Valem pelo bom futebol, pelo colectivo e pelas individualidades. Pouco experientes nos grandes palcos europeus e pouco habituadas – O. Lyonnais e RB Leipzig – a lutar pelo título nacional (nos anos recentes, entenda-se, os franceses já dominaram o futebol gaulês), podem revelar alguma imaturidade competitiva. Todavia, também o pode o SL Benfica, dada a falta de jogadores calibrados para estas andanças.
Bem servidas na baliza, bem apetrechadas na defesa, bem equilibradas no setor intermediário. No entanto, é no ataque que “a coisa fica séria”. Dzyuba e Malcolm, no lado russo, Werner, Sabitzer, Forsberg, Poulsen, Lookman e Augustin, no conjunto alemão e Dembélé e Depay, na equipa francesa, têm tudo o que é preciso para transformar a jovem defesa benfiquista numa passadeira (literalmente) vermelha. Velocidade, dinamismo e alta capacidade de finalização (no total, estas três equipas já fizeram 29 golos em 14 jogos, esta época) terão que ser combatidos com concentração, entreajuda e um profundo estudo do adversário (que os erros frente ao FC Porto sirvam de lição).
Após esta análise mais alargada, aprofundemos cada adversário.
FK Zenit
O histórico emblema russo reconquistou (perceberam?) o campeonato russo na temporada passada, acedendo directamente a esta fase de grupos. Foi o quinto título de campeão nacional da equipa que começou esta temporada a perder. Frente ao FK Lokomotiv Moskva, uma derrota por 3-2 privou a turma de São Petersburgo de conquistar a Supertaça Russa. Com o campeonato já com oito rondas ultrapassadas, o FK Zenit segue na quinta posição, em igualdade pontual (14 pontos) com os quatro primeiros classificados, tendo alcançado quatro vitórias, dois empates e duas derrotas. Onze golos marcados e seis sofridos é o saldo na Liga Russa do clube que o pote 1 impôs ao SL Benfica.
Orientada pelo russo Sergei Semak, de 43 anos, a turma azul conta nas suas fileiras com jogadores de valia indiscutível, de que são exemplos máximos Branislav Ivanovic, de 35 anos, sérvio ex-Chelsea FC, Artyom Dzyuba, 31 anos, russo, lenda do clube e Malcolm brasileiro de 22 anos contratado ao FC Barcelona por 40 milhões de euros neste mercado de transferências.
Três exemplos que, além de provarem a valia da equipa, deixam antever algumas das características do campeão russo: velocidade, dinamismo, poder de choque e de desgaste, experiência, jogo aéreo, jogo de corredores, frieza na hora de finalizar.
Perspectivavam-se confrontos difíceis com o FK Zenit, que tem no frio uma potencial arma e que conta com 17 títulos no palmarés, incluindo cinco Ligas Russas, uma Liga Europa e uma Supertaça Europeia, ainda que na Liga dos Campeões nunca tenha ultrapassado os oitavos de final, onde esteve nas épocas 11/12, 13/14 e 15/16.
Olympique Lyonnais
O terceiro lugar na Liga Francesa alcançado na temporada transacta permitiu ao histórico clube francês aceder de forma direta à fase de grupos da edição 19/20 da Champions. A busca pelo oitavo título nacional (que lhes foge desde 2008) não deve atrapalhar a campanha europeia de um clube que em 2009/2010 teve a melhor da sua história: caiu apenas aos pés do FC Bayern Munchen, nas meias-finais.
Em termos de conquistas europeias não-morais, o O. Lyonnais conta com uma Taça Intertoto, sendo este o único troféu europeu na família de 25 títulos que perfazem o palmarés do clube francês.
Com o brasileiro Sylvinho no banco e com jogadores como Anthony Lopes (português de 28 anos), Moussa Dembélé (francês de 23 anos formado no PSG) e Memphis Depay (holandês de 25 anos ex-Manchester United FC) no campo, os franceses prezam pela boa dinâmica dos homens da frente, sustentada pela força coletiva do meio-campo. Neste início de época, o O. Lyonnais leva três jogos realizados (todos a contar para o campeonato), somando duas vitórias e uma derrota por 1-0 em Montpellier. Nove golos marcados e um sofrido contam o resto desta breve história, protagonizada pelo atual 2.º classificado da Liga Francesa. História longe do fim e que ainda vai passar pelo Estádio da Luz.
RB Leipzig
À semelhança dos franceses, também os alemães se apresentam como o 3.º classificado do seu campeonato (versão 18/19). Na atual versão, a turma agora orientada pelo jovem alemão Julian Nagelsmann segue imparável, com duas vitórias em dois jogos, seis golos marcados e um sofrido. A estes jogos junta-se um da Taça da Alemanha, que o RB Leipzig também fez questão de vencer, por 3-2, frente ao VfL Osnabruck.
Com um museu repleto de pó, mas com muita qualidade, a equipa alemã preza pelo talento (quanto talento, quanto!) individual e coletivo que abunda (como abunda!) na sua veloz, dinâmica e mortífera frente de ataque. Aí residem de forma permanente (quem os tira de lá?) futebolistas como Emil Forsberg, sueco de 27 anos, Marcel Sabitzer, austríaco de 25 anos, Yussuf Poulsen, dinamarquês da mesma idade e o alemão Timo Werner, de 23 anos. Ademola Lookman e Jean-Kévin Augustin pernoitam lá, por vezes, mediante autorização dos condóminos mencionados.
Tudo somado, o SL Benfica terá pela frente três adversários bastante valiosos. Para garantir um lugar nos oitavos de final da Liga dos Campeões, Bruno Lage e companhia (bastante) limitada (tantas lesões, ah, tantas lesões…) terão que anular os pontos fortes destas equipas e impor o seu jogo, sobretudo nos jogos em casa, podendo valer-se da força do seu historial para ser superior nos detalhes ínfimos que vão decidir a classificação final de um grupo que se prevê equilibrado. Apesar das dificuldades que vão encontrar, os encarnados encontram-se num grupo que dá esperanças de passagem. No entanto, a esperança por si nada vale. Há que trabalhar – e muito! – para honrar o passado europeu do clube e fazer sonhar quem ainda acredita que a repetição desse passado não é uma impossibilidade utópica, passo a (necessária) redundância."
O terceiro lugar na Liga Francesa alcançado na temporada transacta permitiu ao histórico clube francês aceder de forma direta à fase de grupos da edição 19/20 da Champions. A busca pelo oitavo título nacional (que lhes foge desde 2008) não deve atrapalhar a campanha europeia de um clube que em 2009/2010 teve a melhor da sua história: caiu apenas aos pés do FC Bayern Munchen, nas meias-finais.
Em termos de conquistas europeias não-morais, o O. Lyonnais conta com uma Taça Intertoto, sendo este o único troféu europeu na família de 25 títulos que perfazem o palmarés do clube francês.
Com o brasileiro Sylvinho no banco e com jogadores como Anthony Lopes (português de 28 anos), Moussa Dembélé (francês de 23 anos formado no PSG) e Memphis Depay (holandês de 25 anos ex-Manchester United FC) no campo, os franceses prezam pela boa dinâmica dos homens da frente, sustentada pela força coletiva do meio-campo. Neste início de época, o O. Lyonnais leva três jogos realizados (todos a contar para o campeonato), somando duas vitórias e uma derrota por 1-0 em Montpellier. Nove golos marcados e um sofrido contam o resto desta breve história, protagonizada pelo atual 2.º classificado da Liga Francesa. História longe do fim e que ainda vai passar pelo Estádio da Luz.
RB Leipzig
À semelhança dos franceses, também os alemães se apresentam como o 3.º classificado do seu campeonato (versão 18/19). Na atual versão, a turma agora orientada pelo jovem alemão Julian Nagelsmann segue imparável, com duas vitórias em dois jogos, seis golos marcados e um sofrido. A estes jogos junta-se um da Taça da Alemanha, que o RB Leipzig também fez questão de vencer, por 3-2, frente ao VfL Osnabruck.
Com um museu repleto de pó, mas com muita qualidade, a equipa alemã preza pelo talento (quanto talento, quanto!) individual e coletivo que abunda (como abunda!) na sua veloz, dinâmica e mortífera frente de ataque. Aí residem de forma permanente (quem os tira de lá?) futebolistas como Emil Forsberg, sueco de 27 anos, Marcel Sabitzer, austríaco de 25 anos, Yussuf Poulsen, dinamarquês da mesma idade e o alemão Timo Werner, de 23 anos. Ademola Lookman e Jean-Kévin Augustin pernoitam lá, por vezes, mediante autorização dos condóminos mencionados.
Tudo somado, o SL Benfica terá pela frente três adversários bastante valiosos. Para garantir um lugar nos oitavos de final da Liga dos Campeões, Bruno Lage e companhia (bastante) limitada (tantas lesões, ah, tantas lesões…) terão que anular os pontos fortes destas equipas e impor o seu jogo, sobretudo nos jogos em casa, podendo valer-se da força do seu historial para ser superior nos detalhes ínfimos que vão decidir a classificação final de um grupo que se prevê equilibrado. Apesar das dificuldades que vão encontrar, os encarnados encontram-se num grupo que dá esperanças de passagem. No entanto, a esperança por si nada vale. Há que trabalhar – e muito! – para honrar o passado europeu do clube e fazer sonhar quem ainda acredita que a repetição desse passado não é uma impossibilidade utópica, passo a (necessária) redundância."
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