"Foi tetracampeão europeu e vencedor da maior maratona do mundo, mas permaneceu humilde
António Pinto iniciou tardiamente a carreira no atletismo, na Associação Desportiva de Amarante, o clube da sua terra natal. Os bons resultados que obteve chamaram a atenção dos responsáveis pelo atletismo do FC Porto, que lhe fizeram um convite para ingressar no clube. Aos 21 anos, conseguiu conciliar o serviço militar com o atletismo, alcançando o 3.º lugar no Campeonato Nacional de Corta-Mato.
Em 1988, depois de três anos no FC Porto, surgiu a oportunidade de representar o Benfica. Na sua primeira época no clube da Luz, António Pinto conquistou, colectivamente, o Campeonato Nacional de Pista, para o qual contribuiu com a vitória nos 10 000 metros. O ponto mais alto desta primeira temporada foi a sua vitória individual na Taça dos Clubes Campeões Europeus de Estrada, que o Clube conquistava pela segunda vez consecutiva.
Em 1992, uma semana depois de se ter sagrado tetracampeão europeu e antes da Maratona de Londres, o atleta demonstrou-se modesto, pois não se considerava um dos favoritos à vitória: 'Não dou mais do que dez a 20 por cento de probabilidades de ser eu o vencedor, gostaria de estar mais confiante, de ter adoptado um treino mais adequado. Uma maratona é completamente diferente de uma meia-maratona'. Parecia estar resignado à ideia de não conseguir alcançar o lugar mais alto do pódio, considerando que 'não se pode querer tudo'. António Pinto acabou por ser a estrela da prova, ao terminar em primeiro lugar com o tempo de 2h 10m 2s. Afinal, podia querer tudo!
A sua inesperada vitória instaurou o nervosismo na imprensa internacional que queria saber quem era o vencedor da maratona mais participada do mundo. Apesar do estrondoso feito, continuou humilde, declarando: 'Trabalhei até aos 21 anos, mas passei a «full-time». Estive no campo, na agricultura e nas obras da construção civil. Fazia de tudo (...) Uma vitória como esta não modifica a minha vida, nem a minha pessoa. Claro que fico emocionado, só que continuarei a ser o mesmo António Pinto'. Além da Maratona de Londres, de 'águia ao peito', António Pinto conquistou três Campeonatos Nacionais de Pista, um Campeonato Nacional de Estrada e quatro Taças dos Clubes Campeões Europeus de Estrada.
O atleta terminou a sua carreira no Maratona Clube de Portugal, pelo qual venceu a Maratona de Londres em 1997 e em 2000, tendo batido o recorde nacional do seu ídolo Carlos Lopes, em 2000, com 2h 06m 36s. Alcançou ainda recordes nacionais, como os 5 000 metros, 10 000 metros e Maratona, que perduram, vinte anos depois."
Marisa Manana, in O Benfica
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