"Muito se tem falado e discutido sobre a urgente necessidade de haver maior competitividade no campeonato da Liga de futebol. É uma meia verdade. A competitividade até existe, mas, como a pescada, às postas. Três crónicos candidatos ao título, sendo que, historicamente, as probabilidades do Sporting têm diminuído de forma muito evidente; um clube intermédio, o Sporting de Braga, que tenta fazer a ponte entre os principais e os outros; um outro clube (o Vitória de Guimarães) com potencialidades reais para dar um salto para um patamar superior, se se souber organizar e crescer com o modelo certo; um grupo de luta pelo acesso à Europa; e, por fim, um grupo que luta por não descer.
A questão mais importante não estará, pois, na competitividade, mas no nível do nosso campeonato,que é muito pobre. Não por responsabilidade da maioria dos clubes, mas por responsabilidade dos princípios e dos modelos em que assenta a competição e que junta diferenças colossais na qualidade dos plantéis e mistura clubes que têm orçamentos de amadores com clubes profissionais.
Muito fazem alguns dirigentes, bastantes treinadores e um número assinalável de jogadores para disfarçar o indisfarçável. Porém, ou a Liga (leia-se os clubes que a integram) percebem, de vez, a necessidade de reestruturar a competição em Portugal, pensando o futebol no seu todo e fora de uma visão meramente egocêntrica, ou só u milagre nos salvará da lenta, mas inevitável degradação da qualidade competitiva. O que é algo que a todos atinge. Mesmo àqueles que pensam que estando entre os menos pobres, não sofrem com a miséria dos outros."
Vítor Serpa, in A Bola
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