"Lenda, indivíduo conhecido por muitos, admirado pelos seus feitos, talento ou desempenho em determinada área; conforme se vão popularizando, as lendas tendem a ser reproduzido, as lendas tendem a ser reproduzidas e registadas em forma de contos e histórias escritas; ser humano capaz de ver um objecto esférico a cair dos céus no relvado do Bessa e desferir um golpe com o pior pé, empurrando-o com ternura para o fundo das redes. Deixem-me só fazer uma pausa para fechar os olhos e recordar mais uma vez aquele momento.
O Jonas acabou a carreira. O Jonas. O Pistolas. O craque. O 'cara'. Haverá alguma forma de dar esta notícia sem ferir a alma? A minha está destroçada como os defesas que com ele se cruzaram. Procurei um médico mas nenhum dos remédios sugeridos me pareceu capaz de me devolver o entusiasmo pela vida. Até porque nos momentos de maior aflição, normalmente era o Jonas quem me socorria. O 3-2 ao Moreirense a 4 minutos dos 90. O 2-1 ao Rio Ave aos 81'. O golo ao Zenit no último suspiro. O milagre no Bessa. Foram cinco temporadas, 183 jogos e 137 golos. Nove troféus, quatro campeonatos. Múltiplas obras de arte através de golos, assistências e recepções de bolas bombeadas a 325 Km de altura. Dribles pelo meio de três adversários ou por cima deles. Futebol no estado mais puro. Celebrações agarrado aos colegas, aos treinadores, aos benfiquistas e à cerveja a caminho no Marquês. Custa aceitar.
Boa parte da minha felicidade nos últimos cinco anos é da responsabilidade deste homem: o melhor de todos aqueles que já vi envergarem o manto sagrado. As saudades já apertam. O Pistolas ficou sem balas, mas jamais esqueceremos aqueles tiros. Continuem lá com a vossa vida que eu vou para o sótão encostar-me num canto a chorar."
Pedro Soares, in O Benfica
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