"A saída do jogador do Benfica é um falso dilema e um processo maior do que o próprio
'Na minha perspectiva, o João beneficiaria muito em ficar', assevera o seleccionador nacional de futebol. 'Seria bom para todos se João Félix ficasse mais um ano', diz o ainda colega Andreas Samaris. 'Era importante João Félix ficar mais um ano', garante o anterior treinador, Rui Vitória. Se alguém pusesse a circular uma petição pela manutenção do jogador, facilmente chegaria aos muitos milhares de subscritores. E, no entanto, o miúdo do Benfica vai mesmo sair.
É difícil imaginar o que será para a cabeça de alguém com 19 anos saber que pode ser transferido pela estrondosa soma de 120 milhões de euros, passando numa época da equipa B do Benfica para um clube de topo europeu onde será obrigado, e rapidamente, a provar aos sócios e adeptos que vale cada euro que o passe custou e o salário que recebe a cada mês.
A isso junte-se a pressão diária na comunicação social, do empresário, dos clubes ou da família. É o futebol, faz parte do pacote.
O futuro próximo de João Félix é discutido diariamente e não é só se deve ir ou ficar. É por que clube deve assinar, onde pode ou não jogar com mais frequência, qual o treinador com melhor perfil para lapidar o diamante.
A vontade do jogador contará certamente. Mas menos do que devia. Começa pelo conceito de cláusula de rescisão. Basta alguém batê-la e o atleta é obrigado a bater as asas. Claro que se a sua opinião fosse irrelevante, não haveria, paralelamente, negociações salariais. Ninguém quer um jogador contrariado. Mas no caso de João Félix há a clara noção de que o que está em causa é maior do que a próprio e é algo que ele não controla. Há dinheiro, e muito, envolvido. É o que basta.
João Félix vale 120 milhões?
Costuma dizer-se que um bem qualquer (neste caso o passe de um futebolista) vale aquilo que alguém está disposto a pagar por ele. Se pagou pouco ou demasiado, se fez bom ou mau negócio, é outra questão. Uma coisa é certa: uma boa parte daquela soma vem do marketing que Jorge Mendes foi fazendo e faz à volta do 'seu' jogador, 'métier' em que é mestre. Sem desprimor para o atleta, porque o seu talento são os ovos de ouro desta milionária omeleta. Talento, sejamos francos, ainda não totalmente solidificado.
Percebe-se a discussão do ir ou ficar. É fácil sempre solidários com a ideia de que João Félix devia ter mais um ano no Benfica para consolidar as suas capacidades antes de outros voos. Mas na verdade é um falso dilema. E se há uma lesão (cruzes canhoto) ou as oportunidades de que agora se fala não existirem daqui a um ano? E fez sentido um jogador recusar ir para um grande clube das ligas mais competitivas do planeta? Se não for feliz em Espanha, pode sê-lo em Inglaterra ou noutro campeonato.
Chato, chato é o futebol português não ter a mínima capacidade para reter os grandes jogadores, seja, João Félix, Bruno Fernandes ou tantos outros.
Concretizando-se a transferência, é um prémio para a aposta de Luís Filipe Vieira na formação e um excelente retorno para o investimento no Seixal. Será também um Euromilhões para as contas do Benfica, mesmo descontando as milionários comissões."
Palavra de "aziado".....
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