"Amanhã não há um jogo, há o jogo. Neste sentimento que falta pouco para ter tudo é preciso fazer tudo pelo pouco que falta
O Benfica venceu nos Arcos e chega à última jornada numa posição invejável. Numa semana onde se deu destaque noticioso a Cillessen seria muito justo ter sido destacada a exibição de Odysseas Vlachodimos em Vila do Conde.
O campeonato não está ganho, falta um jogo de alguma dificuldade contra um adversário que foi uma das sensações da prova. Este Santa Clara é muito bem orientado e merece todo o cuidado, mas nesta fase, a jogar na Luz, com o apoio de mais de 65 mil, não há benfiquista que não sonhe com o 37.
Aquela recepção dos adeptos na chegada ao estágio de Gaia no passado sábado, aquela recepção na chegada a Vila do Conde no passado domingo, dá-nos permanentes amostragens do sentimento, da alma e da vontade dos adeptos.
Cautelas e caldos de galinha, porque ainda há muitos organizadores de caldinhos.
Esse número mágico (37) que era uma miragem em Janeiro, passou a possibilidade em Fevereiro, a probabilidade em Março e é hoje, motivo de crença de todos os benfiquistas. Crença no nosso valor, crença na nossa vontade, crença na nossa capacidade, crença na única coisa que nos interessa: o Benfica.
Ganhamos os dois jogos ao principal rival, fizemo-lo reduzidos a dez jogadores nos dois encontros (e os juniores já aprenderam), vencemos ao segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto e sétimo classificados deste campeonato fora de portas na segunda volta, estamos a um golo dos míticos 100 golos e a um ponto final da inteira justiça..
Esta segunda volta do Benfica fez parecer de segunda as voltas do rivais. Seferovic, por muitos injustamente criticado, lidera a lista de melhores marcadores do campeonato sem converter um penálti. E desta semana quero destacar ainda o facto da SAD nos ter presenteado com a renovação de Samaris.
Neste sentimento que falta pouco para ter tudo, é preciso fazer tudo pelo pouco que falta. Amanhã não há um jogo, amanhã há o jogo, aquele que faz perdurar um sorriso durante meses, aquele que transfere amarguras para outras paragens, aquele que espalha alegria em milhares de localidades dos cinco continentes.
Vistas as coisas com rigor, amanhã vão mais de 65 mil na busca da gigantesca metáfora, vão recriar o inferno da Luz à procura de conseguir obter o paraíso. (E eu também)."
Sílvio Cervan, in A Bola
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