"Sérgio Conceição pediu satisfações a um adepto do FC Porto que insultou o filho, jogados dos juniores do Benfica, no clássico do Olival. Fez o que devia, mal seria se um pai não defendesse o filho, e pior ainda se não tivesse na cabeça as prioridades da vida, onde a família deve ser a mais importante de todas e o futebol, quanto muito, a mais importante das menos importantes.
Mas este caso deve remeter-nos, de imediato, para a impunidade do insulto no futebol, seja na pessoa da mãe do árbitro, na honra do jogador adversário ou nas palavras ofensivas entoadas pelas claques relativamente aos adeptos de outros emblemas.
Para que deve servir o futebol, na óptica do adepto? Para colocar em prática um sentimento tribal de pertença, através de mecanismos de identificação colectiva; para apoiar quem represente esse grupo; para vibrar com os sucessos e chorar os insucessos da equipa, numa montanha russa de emoções que devem dar mais cor à vida.
Aos presidentes dos clubes deve caber uma acção pedagógica, que vinque a censura perante actos menos próprios. Porque o desporto deve tornar as pessoas melhores, e não piores. Exactamente o contrário do que fez Pinto da costa ao desculpar, com uma ironia que já viu melhores dias, a humilhação a que, em duas jornadas consecutivas, treinadores e jogadores do FC Porto foram sujeitos pelas claques. Aliás, da entrevista do presidente dos dragões a O Jogo sobressaiu uma frase assassina para a visão do clube como entidade de expressão nacional: «Sem os Super Dragões, pouco apoio teríamos nos jogos fora».
Um tremendo tiro no pé..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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