"Temos andado todos numa expectativa enorme. E quando dois candidatos disputam um só primeiro lugar da mesma competição na qual apenas um sairá vencedor, o nível de ansiedade tem vindo progressivamente a subir, nos dois lados, à medida em que avançava o calendário das jornadas, a níveis cada vez mais intensos. No histórico dos campeonatos nacionais do desporto-rei em Portugal, tem sido quase sempre assim: na maior parte das vezes, um dos competidores sempre presentes foi, recorrentemente, o Benfica; quanto ao outro, está bem de ver que eles têm alternado entre si; e poucos outros se têm intrometido na recta final, que é o momento a que chegámos agora. No entanto, esta época, depois de ambos os verdadeiros candidatos devidamente apetrechados com argumentos suficientes para a inflexível disputa haverem cumprido todas as idênticas etapas dos respectivos caminhos paralelos, verifica-se que a essencial distância aritmética entre o primeiro dos primeiros dos últimos, além de mínima, ainda pode ser teórica e praticamente revertida no derradeiro turno...
E a última jornada será, mesmo, decisiva. Em absoluto.
Em todo o caso, desta vez, felizmente para nós, são enormes diferenças, e bem notórias, nas características que definem, muito para além da aritmética, as próprias perspectivas dos dois universos que apoiam um clube e o seu antagonista.
Num grafismo em que virtualmente se pudesse desenhar e exprimir a densidade dos sentimentos que os adeptos de um e outro lado estão a viver nesta ocasião, ressaltaria certamente uma implacável simetria geométrica: do nosso lado - no primeiro quadrante do sistema cartesiano das coordenadas, a tendência claramente positiva de uma linha ascendente que aponta para o céu das ordenadas; e diametralmente oposta, no terceiro quadrante (inferior à linha das abcissas), a inexorável linha descendente, sempre a descer até às caves das Antas (nas quais alguns se fecham à chave) e onde hoje se acrescentam os conturbados complexos de que se alimentam os de Contumil.
Costuma dizer-se que no Campo Grande nunca ninguém se entendeu. A gente lê nos jornais e, desgraçadamente, vê-os constantemente nas TV, sempre iludidos e sempre a espumar raivas. Depois de um presidente hábil e prudente como João Rocha, nunca mais, ninguém os agarrou na queda para as abcissas profundidades...
E, se a ordem cósmica se cumprir, por lá não hão de permanecer assim, nessa singular 'paz' deles, outros dezassete anos e mais...
Quanto aos outros, pelo regime de repelões em que lhes correu a época desportiva e, sobretudo, tendo em conta as estratégias e as operações financeiras e, ainda mais,as opções comunicacionais que empreenderam enredados nos seus característicos ódios, complexos e invejas, já se antevê que, à margem direita do Douro, os desenvolvimentos do ciclo que inevitavelmente se lhes aproxima a passos largos, ainda vão ser piores... O furioso vendaval da macacada em que 'aquilo' está hoje conformado, a prazo imediato, começará por varrer uma equipa inteira e há de arrastar no turbilhão treinadores e staff, infraestruturas e administradores, levantado com prodigiosas ventanias as saias da vaidade, que deixarão ainda mais à mostra as pudendas partes de uma instituição exangue de fundos, de atletas e de critérios e prenha de claques e (e de cliques) de candidatos presunçosos, com mais patas de barro do que as estátuas de sal, tudo aos berros, a clamar por mudanças impossíveis...
É irrevogável que, mercê das decisões estruturais da equipa de Luís Filipe Vieira e dos méritos do staff do nosso futebol de elite, os benfiquistas puderam acumular sistematicamente nos últimos anos, e em especial nos mais recentes meses, sólidas expectativas justificadamente positivas e resultados inquestionáveis, se comparados com o espírito negativo (e negociável) daqueles que, nas outras praias, aqui chegados, vão ter de se confrontar, de vez, com as durezas do presente e com as nuvens pretas das tempestades dos seus futuros.
Carrega Benfica! Sempre competente e ganhador, até à vitória decisiva. E justa!"
José Nuno Martins, in O Benfica
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