"Antevejo exuberantes acontecimentos para 2019. Admito que há um ano cambaleei, porém desta vez cumpri à risca a principal regra dos 12 desejos da meia-noite, como ditam os centenários mandamentos desta tradição: comi as 12 uvas passas. Se me sinto bem? Sinto, sim, obrigado por perguntar. Emborrachei-me com 5 litros de água mal senti que a última uva já tinha atravessado a faringe e, até ao momento, não identifiquei qualquer anomalia nos meus sinais vitais.
Como o leitor já terá percebido, o meu apetite por uvas passas é tão vasto como o apetite que tenho por tijolos. Aliás, um tijolo ainda sou capaz de lambiscar de sorriso no rosto, caso seja um daqueles em miniatura cobertos de açúcar. Uvas passas e regozijo em simultâneo, jamais. Não, não abomino as uvas passas - apenas prefiro que se mantenham bem longe do meu aparelho digestivo. As uvas passas fazem parte de uma lista onde também constam a fruta cristalizada, as bananas pisadas e o pão conservado na cesta há mais de 24 horas: trata-se de matéria que só é considerada comida aos olhos dos meus pais.
Nos primeiros segundos de 2018, arrisquei trocar as uvas passas por 12 M&Ms e passados cinco meses arrependi-me à brava. Agora que já aprendi a lição, sujeitei-me ao sacrifício de comer a dúzia de uvas sem pestanejar, pelo que o leitor pode estar tranquilo. Tudo me leva a crer que 2019 será um ano ano de conquistas e reconquistas para o Benfica. Eu fiz a minha parte. Com algum sofrimento, é verdade, mas não vacilei. O resto está nas mãos - e nos pés - da equipa. Malta, não brinquem com assuntos sérios. Não admito chegar a Maio e perceber que enfardei 12 uvas passas em vão."
Pedro Soares, in O Benfica
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