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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

O dia em que Espírito Santo não parou de marcar

"A realizar uma excelente temporada, Guilherme Espírito Santo alcançou uma marca difícil de igualar frente ao Casa Pia

Os golos são o currículo dos avançados. Por mais hábeis que sejam, estão sempre dependentes do número de vezes que conseguem colocar a bola no fundo das redes. Guilherme Espírito Santo reunia todas essas condições, tanto uma capacidade finalizadora notável como 'subtil, inteligente, malabarista, atleta perfeito, saltador exímio e corredor excelente, com um poder de remate diabólico'.
Contratado em 1936, 'afirmara-se em pouco tempo como o avançado-centro mais capaz para substituir o mago Vítor Silva'. Após ter realizado o Campeonato de Lisboa pelas reservas, Espírito Santo impôs-se na equipa de honra, na campanha em que se sagraram campeões nacionais.
Iniciou a temporada 1937/38 motivado e com exibições recheadas de golos. À 7.ª jornada, liderava a tabela dos melhores marcadores do Campeonato de Lisboa, com nove golos. Apesar do excelente desempenho, era impossível adivinhar o que se iria passar na jornada seguinte. Na recepção do Benfica ao Casa Pia, os 'encarnados' concederam um golo logo aos 6 minutos. A primeira meia hora foi bastante difícil para os benfiquistas, que se 'viram e desejaram para atinar com o caminho da baliza'. Uma das razões que pode explicar este desacerto inicial foi terem apresentado duas alterações do ataque: Gomes e Eduardo de Oliveira entraram para os lugares dos habituais titulares Valadas e Luís Xavier.
Espírito Santo seria o protagonista de alteração dos acontecimentos. Em 2 minutos marcou 2 golos. Era o início de uma tarde de sonho! Na segunda parte, os 'encarnados' marcaram 11 vezes, sendo 7 da autoria do avançado. Uma 'proeza daquelas que o público não esquece facilmente e que na carreira de um jogador fica como uma página brilhantíssima'. O seu bom desempenho levou a imprensa a considerá-lo como 'o jogador mais popular do momento', não só pela sua qualidade como também pelo seu carácter, que fazia com que liderasse também 'a classificação do «jogador mais correcto», no concurso de «O Século»'.
No final do Campeonato de Lisboa, o 'Pérola Negra' foi o melhor marcador da competição, com 21 golos, mais 11 do que o segundo classificado.
Pode saber mais sobre este goleador exímio na área 6 - Campeões Sempre do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

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