"A chegada da tecnologia à arbitragem desumanizou o erro. E quando isso aconteceu, foi retirado aos árbitros a jargão do «não vi» ou ainda do «tudo aconteceu numa fracção de segundo», com que normalmente justificavam as más decisões. O vídeo, em suma, acabou com a desculpa da falibilidade humana que conduzia à má decisão. E erradicou a tolerância que derivava da solidão do árbitro no momento de apitar. Hoje, com todos os meios auxiliares de diagnóstico colocados ao serviço da arbitragem, o que está a ser posto a nu é a incompetência de boa parte dos juízes de campo e de televisão, que mostram escassos argumentos para exercerem tal função.
Não sendo este um problema estritamente português - ainda esta semana houve em Espanha mosquitos por cordas pela validação de um golo amplamente irregular de Luís Suárez - vai sendo por vá que as ondas de choque são mais sentidas. Não é pois, fácil, a tarefa do presidente do Conselho de Arbitragem, que gere um plantel medíocre, que não tem assento, aliás, na elite medíocre, que não tem assento, aliás, na elite europeia. O que fazer, então? Será necessário que venha uma nova fornada de árbitros com maior qualidade e isso não só não é certo como demora alguns anos. Entretanto, haverá que viver com a pobreza franciscana vigente e com os danos que isso causa à credibilidade do futebol. De qualquer forma, seria bom que Fontelas Gomes viesse esclarecer os critérios de classificação e as fórmulas de promoções e despromoções, quer para os árbitros de campo quer para os VAR. Porque há casos em que venha quem vier, pior não há de ser...
Benfica e FC Porto, pelo que fizeram e pelo que jogaram, num dos clássicos mais interessantes de seguir nos últimos anos, não mereceram um trabalho tão desastrado dos seus árbitros escalados. Mas no fim só um é que riu..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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