"Vlachodimos foi o homem da noite, enorme defesa com 2-2, mas o herói do jogo foi Alfa Semedo!
Meia hora fulgurante
1. Após a derrota com o Bayern, na Luz, era importante a vitória. O Benfica começou dominador, marcou cedo, ganhou confiança, chegou a 2-0 e criou mais duas ocasiões. Podia ter matado o jogo aí, não fosse alguma falta de eficácia ofensiva. Parecia ter tudo para um passeio, tais as fragilidades dos gregos até à meia hora. A partir daí, começaram dificuldades do Benfica a gerir o jogo e reagiu o AEK. Pelo corredor esquerdo, onde Hult e Mantalos desequilibraram. De equipa que vulgarizava o campeão grego, o Benfica deu alento ao AEK. Transformou uma equipa que parecia banal numa formação que criou grandes dificuldades: valeu Vlachodimos, com três grandes defesas ainda na primeira parte!
Seferovic, ilha lá na frente
2. Com três alterações em relação ao último onze, embora as entradas de Gedson e Conti fossem previsíveis, o Benfica moralizou e deixou crescer o AEK para patamares não expectáveis. Má abordagem de Rúben Dias, já tendo um amarelo (foi negligente), fá-lo levar o segundo cartão e deixar o Benfica em inferioridade numérica ainda na primeira metade. Rui Vitória mexeu, tirou Salvio, Conti passou para a direita do eixo central, e Lema para central mais à esquerda, com Pizzi também a desviar para a direita: o Benfica passa quase para 4x4x1, em vez do 4x3x3. Seferovic era uma ilha, a bola nem lhe chegava. Porventura Cervi poderia ter entrado e Rui Vitória lançado Rafa no corredor central: o suíço já não teve influência na segunda parte. E o Benfica numa conseguiu ficar com defesa a seis, para ajudar os laterais.
Brilhar, sofrer e ter felicidade
3. O AEK agarrou no jogo, com defesa a três que projectava os laterais e André Simões cérebro do meio-campo, quase em 3x2x5. E nem tinha necessidade de baixar blocos ante Benfica atabalhoado, em permanente sobressalto no corredor direito da sua defesa. O Benfica nem em transições atacava: só defendia, descontrolado emocionalmente. Rui Vitória lançou Alfa Semedo quando Fejsa já era quase terceiro central. Deu mais poder físico no corredor central, para chegar um pouco à frente. O momento do jogo é quando Klonaridis se isola e Vlachodimos faz enorme defesa, a evitar o 3-2 (73'): do canto para o AEK nasce a transição, com Alfa a correr 40 metros e, sem apoio, chuta para o 3-2. Aí, o Benfica, após ter brilhado, desperdiçado e sofrido muito, foi bafejado pela sorte. Acaba por ganhar com alguma felicidade e mostrou que não é equipa de meio termo: é equipa de muita coisa boa, mas de muita coisa menos boa, também. O AEK foi sempre fiel à sua filosofia de jogo..."
Vítor Manuel, in A Bola
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