"Nas modalidades colectivas, com especial destaque no futebol, ninguém ganha sozinho. Claro que existem elementos preponderantes para que a equipa tenha uma prestação elevada. São as mais-valias, aqueles que tiram os coelhos da cartola. Os excepcionais. Eles são fantásticos mas nunca insubstituíveis. Mesmo que sejam únicos. Serão lembrados, alguns imortalizados, mas as equipas não acabam. Por vezes até melhoram o seu espírito colectivo, em virtude de serem obrigadas a reagir a uma situação de adversidade.
Quanto mais se torna mediática a actividade maior é o número de pessoas que pretendem tirar proveito da acção colectiva. Sejam dirigentes, treinadores ou jogadores. O discurso é na primeira pessoa do singular. Sem a sua prestação nada seria possível. Julgam-se insubstituíveis. Sem eles é o caos, com eles o paraíso. Terão sempre os 15 minutos de fama, mas para serem lembrados precisam da equipa. Seja qual for a sua função na estrutura.
As equipas precisam de todo um staff de apoio, muitas vezes esquecido, e poucas vezes lembrado, que faz um trabalho decisivo para o sucesso de todos. Quando alguém fala na primeira pessoa do singular, esquecendo-se tantos que trabalham para que esse momento aconteça, está a colocar em causa toda a estabilidade que uma equipa necessita para reagir nos momentos de adversidade. Os egos destroem muitas vezes equipas com enorme potencial.
O mercado fechou em Portugal, embora continue aberto noutros países, e a partir de agora o foco terá de ser unicamente a equipa. As transferências propostas por dirigentes e empresários só voltam a partir de Maio e até lá temos um clima diferente dos dois últimos meses. Vale a pena analisar esta janela de mercado, com o objectivo de encontrar soluções para criar clima mais estável, também em defesa da verdade desportiva e da competição profissional."
José Couceiro, in A Bola
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