"Não poucas vezes, num sentimento de orgulho legítimo e até de nostalgia bonita, mimo os olhos com as minhas dez faixas de campeão nacional. Foi uma caminha gloriosa ao lado, entre outros, do Eusébio. Mas nunca fui tetra campeão; em 1966 (esse mesmo, o ano do Mundial), em 1970 e em 1974 o desiderato não se concretizou.
Numa riquíssima história centenária, carregada de verdade e de apoteose, o Benfica pode finalmente assinalar a consecução de quatro campeonatos consecutivos. Sinto uma sensação quase adolescente de conquista, de sucesso, de glorificação. Sinto uma incontida vontade de partilhar, de sublinhar, de comemorar.
A matriz do meu clube remete para a sua condição popular, inconformista e ganhadora. É assim há mais de um século. Com um ou outro interregno, a senda triunfal estimula de forma maciça todo o universo lusitano. Hoje Portugal sorri, sorri mesmo. O Benfica conquistou o almejado tetra, respondendo à letra à treta de alguns.
A organização, o investimento, a inovação, a visão, o crescimento e, claro, a modernidade, tudo reunido, são factores que estão subjacentes a esta tomada histórica. O presidente Luís Filipe Vieira é, desde logo, credor de muitos encómios. Também os jogadores e os técnicos Jorge Jesus e Rui Vitória, com a particularidade de o actual treinador ter feito o pleno no seu ainda curto consulado.
Esta foi uma temporada excitante. Os nossos principais adversários, amiudadas vezes, procurara, menorizar a nossa vitalidade, a nossa grandeza, a nossa cultura secular. O Benfica respondeu sem sobranceria em campo. Teve uma postura humilde, afinal o predicado maior dos verdadeiros campeões.
Nesta altura, o meu Benfica é mais Benfica, nesta altura, o meu Benfica é melhor Benfica. Porque ganhou o tetra? Porque pode ganhar o penta."
António Simões, in Diário de Notícias
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