"Benfica tem em Outubro e inicio de Novembro uma sequência de jogos que importa ultrapassar. Vencendo. Tendo ambição.
1. É um fim de semana futebolístico bem singular. Sporting e Porto jogaram na sexta e, ontem, o Benfica regressou a Chaves, onde conseguiu esforçada vitória. Agora, e graças às nossas múltiplas e novas auto-estradas, de Lisboa a Chaves é, de verdade, um salto médio. Serão poucos mais de quatro horas. Recordo bem o meio dia que levei em Dezembro de 1998 para ir ver o Benfica ganhar ao Chaves por quatro bolas a zero, com três golos do Nuno Gomes e o outro do Tahar. O capitão era o João Pinto, o treinador Souness e o árbitro José Leirós. E este fim de semana singular leva-nos, de empurrão, à segunda jornada da Liga dos Campeões e à difícil visita do Benfica a Nápoles. Porventura sem a generalidade dos seus reforços de Outubro como sugestivamente referiu Rui Vitória ao abordar, sem dramatismos e com total sinceridade, o conjunto de jogadores lesionados do Benfica. Durante todo o mês de Outubro - que terá outra pausa para jogos das selecções nacionais e para jogos particulares de clubes, como aquele que o Benfica disputará a 8 de Outubro frente ao Santos na despedida do Léo! - o Benfica realizará cinco jogos, entre eles um jogo, da terceira eliminatória, da Taça de Portugal. E logo arranca Novembro, com o jogo, na Luz, frente ao Dìnamo de Kiev. E é esta sequência que importa ultrapassar, vencendo. Lutando. Tendo ambição. Na certeza que em cada jogo tomamos ar. Já que cada jogo é uma final. Bem importante para as contas das duas Ligas em que competimos e para as contas da sociedade desportiva que apresentamos. E como bem percebemos ao ver as contas da SAD no Benfica da última época desportiva há resultados significativos: tri campeão e tri lucro. Ou seja terceiro ano consecutivo de resultados positivos, tanto nos relvados como nas contas. E com a participação na última Liga dos Campeões a dar um forte alento financeiro! Que alento!
2. Ontem e hoje vive-se, em todo o Portugal, a segunda eliminatória da Taça de Portugal. Já estão em prova os clubes da segunda Liga. E cada um dos 92 clubes em prova sabe que receberá três mil euros e sonha, com total legitimidade, com o possível sorteio da terceira eliminatória e com o encontro com um dos grandes do nosso futebol. Tendo, então, acrescidas possibilidades de somar aos quatro mil euros que então arrecadará um valor bem mais elevado com uma possível transmissão televisiva. Mas hoje temos o futebol de todos em todo o Portugal. A equipa de Rabo de Peixe - uma freguesia linda e com orgulho da Ilha de São Miguel - defronta o Gil Vicente. O jogo realiza-se na Ribeira Grande e será, de verdade, um encontro histórico. Em Leiria o União recebe o Portimonense e Vítor Oliveira reencontra um clube, que não o Estádio, que liderou durante duas épocas. E em Sacavém o histórico Sacavanense acolhe um Olhanense que parece esquecer, no presente, parte relevante da sua história, dos seus compromissos e, também, da sua identidade. Em Sintra há um confronto local. O 1.º de Dezembro joga contra o Lourel. É um encontro de amigos. Na zona oriental de Lisboa o Loures confronta-se com o Oriental. É um encontro de vizinhos. Na Figueira da Foz, a Naval, também em total crise, recebe o Fafe. E o que mais me impressionou foi ler declarações do capitão da Naval, Sérgio Grilo: «Aqui na Figueira estarão mais adeptos do Fafe do que nossos. Já era bom ver um ou dois cachecóis verdes na bancada. Era sinal que não estávamos sozinhos». Um clube é um espaço de identidade. Com a sua história e com a comunidade a que pertence-
3. E é também esta identidade que marca os dez anos do Caixa Futebol Campus. Os dez anos da Academia do Seixal. Onde importa não esquecer o contributo, relevante, do respectivo Município. A Academia é um espaço também ele singular. Pelas infra-estruturas construídas e desenvolvidas. Pelos êxitos conquistados. Cinquenta e um títulos nacionais e distritais. Pela repercussão financeira. Gerou em vendas já cerca de 100 milhões de euros e custou em dez anos cinquenta milhões. Pela consagração do conceito de quadro de honra e em que a distinção aos atletas implica necessariamente a componente desportiva mas envolve também a escolar e a comportamental. E, aqui, acredito que a Academia do Seixal pode alargar as ferramentas ao conjunto dos jogadores que acolhe diariamente ao proporcionar novos conteúdos relacionados com esta nova e ampla sociedade de informação que nos domina e condiciona. Ferramentas complementares àqueles que o sistema formal de educação está, nos seus conteúdos, a concretizar. Na certeza como nos ensina John Dewey que «a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é preparação para a vida, é a própria vida»!
4. Duas notas complementares. No futsal lutamos, na próxima madrugada, na Colômbia, pelo acesso às meias-finais do Mundial. Com a ambição, bem legitima, de alcançarmos a final! Defrontamos o Azerbeijão que apenas tem seis brasileiros na respectiva selecção. Porventura percebemos a razão da eliminação do Brasil pelo Irão! E marca presença neste Mundial o árbitro português Eduardo Coelho, o que importa aqui realçar. A segunda para sublinhar a presença do futebol feminino no play off de acesso ao Europeu. O confronto será com a Roménia e vale a pena sonhar. Sonho e ambição, também no futsal e no futebol feminino. Como aconteceu, concretizado, a 10 de Julho em Paris!
(...)"
Fernando Seara, in A Bola
PS: Aconselho a entrevista do Domingos Soares de Oliveira à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, fica aqui o Link.
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