Últimas indefectivações

domingo, 14 de agosto de 2016

Vieram para ficar!

"As Fiji, além da supremacia táctica e exuberância técnica deixada em campo durante os três dias de competição, demonstram gestos genuínos que marcarão com certeza a história dos Jogos: a fé e o compromisso que os une, logo após o apito final do exemplar arbitro sul africano; uma atitude arrepiante de exponenciação máxima de crença colectiva ao juntar a equipa para rezar a uma só voz; uma humildade que, cada vez menos comum, ajoelhou-os individualmente perante a princesa Ana abrilhantando a cerimónia de entrega das medalhas ao baterem palmas, por três vezes, para depois então receber e colocar ao peito a imensa alegria da glória conquistada. Esta atribuição do primeiro ouro olímpico aos mágicos Fijianos, no jogo de sete, não pode ter sido mais justa, há mais de 25 anos que através da sua potência genética fazem movimentos de destreza técnica e combinações tácticas dentro do campo que não estão ao alcance de mais ninguém. Totalmente incopiável esta nação é treinada pelo melhor especialista do mundo, um líder que de uma enorme paixão pelo jogo, o inglês Ben Ryan.
Da versão masculina ficam duas notas para reflexão: uma inesquecível prestação do Japão (eliminado em 2015 do circuito mundial pelos Lobos), por um exemplar 4.º lugar que evidencia a aposta com rigor científico e estratégia, sem nunca descurar ou conflituar com a versão de XV; E a dupla decepção Austrália e principalmente da Nova Zelândia com os modestos 8.º e 5.º lugar respectivamente, que farão repensar estratégias aos responsáveis federativos... Será que estamos perante o fim do reinado do modelo do melhor treinador de sempre Gordon Titjens?
Se ainda restavam dúvidas sobre a relevância dos sevens na família olímpica, o respeito e 'fair-play' demonstrados, bem visível quando a Argentina foi eliminada por 5-0 e os seus jogadores levantados do relvado pelos britânicos, que optaram por não festejar a vitória em sinal de reconhecimento; e o ambiente carnavalesco vivido nas bancadas bem como a competitividade extrema nas provas femininas e masculinas enquadraram-nos com relevo.
Os Sevens vieram para ficar!"

Tomaz Morais, in A Bola

1 comentário:

  1. Vi pela primeira vez e fiquei imediatamente fã. Que intensidade, lealdade, "fair play", emoção, em suma, este desporto tem tudo em apenas 14 min. O futebol podia aprender muito com este exemplo...

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