"Para manter a tradição, o Benfica desperdiça pontos nas primeiras jornadas. Desta vez, ultrapassada a malapata de não vencer, há 12 anos, o 1.º jogo do campeonato (fora), não resistiu à 2.ª jornada.
O empate com o Vitória de Setúbal foi justo. Perante uma equipa bem organizada e não meramente defensiva, o Benfica respondeu com um futebol sem chama, desarticulado, órfão de Jonas e até de Jardel.
Vejo neste desaire parcial, um sério e bom aviso para o futuro. Paradoxalmente, é o que poderemos apelidar de um investimento num tropeção. Uma lição para reter até ao fim. Com suor e inteligência. Sem fantasias e deslumbramentos. Com forte sentido de união.
Falou-se muito da arbitragem. O habitual, quando um dos grandes perde pontos. Manuel Oliveira arbitrou com deficiências e alguma incompetência, mas o Benfica não ganhou por sua (dele) culpa. O golo do Vitória foi, provavelmente, irregular como aqui evidenciou Duarte Gomes, mas o erro não é facilmente detectável.
Num aspecto objectivo, porém, critico severamente o árbitro: o tempo de compensação dado, na 1.ª parte, mas sobretudo na etapa complementar. É que, neste ponto, é só uma questão de fazer um cálculo: 6 substituições (com as vitórias a zero à hora), 3 interrupções para assistência dariam pelo menos 6 minutos e não os 4 concedidos. Provavelmente tudo acabaria na mesma, mas é aqui que, não raro, se vê a face oculta de um arbitragem e a matreirice do seu relógio.
Com tantas regras a mudar, continuo a pensar que o tempo contado no futebol deveria ser apenas o jogado. Acabava-se com esta discricionariedade arbitral, as falsas lesões e outras habilidades."
Bagão Félix, in A Bola
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