"Isto promete: o próximo elenco do Conselho de Disciplina da FPF, que será presidido por José Manuel Meirim, vai com toda a certeza encontrar em cima da mesa - no imediato ou no decurso do mandato - um complicado processo. Refiro-me às consequências desportivas do denominado 'caso Cardinal', que tem o antigo vice-presidente do Sporting, Pereira Cristóvão, como arguido já oficialmente acusado pelo Ministério Público da prática do crime de corrupção activa.
E porque é que a coisa promete? Porque em causa estão o Sporting, um dos grandes clubes portugueses, e o cumprimento da legalidade em vigor na Liga, que no ponto primeiro do seu artigo 62.º do regimento disciplinar determina «a descida de divisão para o clube que através da oferta de presentes, empréstimos, promessas de recompensa, ou de qualquer outra vantagem patrimonial para qualquer elemento da equipa de arbitragem ou terceiros, directa ou indirectamente, solicitar a esses agentes, expressa ou tacitamente, uma actuação parcial e atentatória do desenvolvimento regular de jogos (...) em especial com o fim de os jogos decorrerem em condições anormais...»
Basta de teoremas. Já todos perceberam a gravidade dos actos imputados a Pereira Cristóvão mas impõe-se aguardar pela decisão dos tribunais civis. A questão, portanto, há de ter direito ao seu momento mediático e às polémicas entre os interlocutores rivais. A suprema ironia, por ora, revela-se nesse persistente discurso leonino que visa colocar o clube a níveis de reputação sobrenaturais, qual arauto da moralidade carregado de nobreza em dose com que nenhum outro da praça foi à nascença brindado!...
Repito: a coisa promete. Muito."
Paulo Montes, in A Bola
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