"Só 24 anos depois de ter medido forças pela primeira vez com o Sporting (1 de Dezembro de 1907), o Benfica teve oportunidade de defrontar o FC Porto em jogos oficiais. Foi num jogo, disputado em Coimbra (28 de Junho de 1931), a contar para o Campeonato de Portugal, que acabou com o triunfo dos encarnados por 3-0. De então para cá, a rivalidade entre águias e dragões nunca mais deixou de crescer. São, no futebol, os clubes mais titulados de Portugal. Hoje, no clássico marcado para a Luz, o Benfica aparece com uma vantagem pontual sobre o FC Porto nunca vista, à data dos confrontos entre ambos os emblemas, nas últimas três décadas. Um olhar mais incauto sobre este jogo da 22.ª jornada da I Liga poderia levar a concluir pelo favoritismo encarnado: mais seis pontos, grande capacidade goleadora, lesões de última hora no adversário, todos estes argumentos poderiam concorrer para se formar uma opinião favorável ao sucesso encarnado no clássico. Manda, porém, não só a prudência mas também os ensinamentos da história que não se passe para essa conclusão, que pecaria, sem dúvida, por manifestamente exagerada. O FC Porto, a passar, na verdade, por alguns maus momentos, tem jogadores de enorme valor, está bem orientado e apresenta-se na Luz com a ambição de não dizer um adeus prematuro, não só à possibilidade de chegar ao título, mas também de conseguir o acesso directo à Champions. Há, neste momento particular da vida dos dragões, uma carga dramática susceptível de inverter tendências e mandar a lógica às urtigas. O maior perigo que o Benfica corre é entrar em campo a pensar que é favorito..."
José Manul Delgado, in A Bola
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