"Já passaram duas semanas do novo ano e, por mais voltas e meias voltas que ensaiem, os matemáticos não conseguiram ainda decifrar o enigma lançado pelo presidente leonino. De tal forma se têm atormentado na procura de uma explicação lógica que já não descortinam que outras variantes mais possam tentar para chegar a, ou pelo menos aproximar-me de, uma explicação minimamente coerente para a decifração de tal mistério. Façamos então uma recapitulação do que está em análise. O enunciado do líder sportinguista foi, ipsis verbis, o seguinte: «Queremos fazer de 2016 um ano ímpar». Percebe-se a magnitude do desafio, mas como - como? - se poderá operar tal transfiguração? Se ele ao menos tivesse deixado alguma pista que pudesse ser seguida até perto de uma via já conhecida... mas não, não há nada, nada de nada. Não há premissa nenhuma que conduza a alguma demonstração, pois que converter 2016 num número ímpar não é uma qualquer incógnita mas uma verdadeiro axioma. Na verdade, o que até aqui se sabia é que se a um número par se somar um número ímpar sempre resultará um número ímpar, tal como se a um número par se somar outro número par sempre resultará novo número par. Também é sabido que a qualquer número, seja par ou ímpar, continuará sempre par ou ímpar quando somado a zero. Mas é sob a maior das perplexidades e com um espanto sem fim que todos quantos se debruçam sobre a causa se interrogam ainda mais uma e outra vez: como converter 2016, até agora sempre aceite enquanto número par, num número ímpar? O enigma persiste. Resta esperar para ver se, chegados a 2017, este será, por sua vez, um número par. A não ser que a reposta verdadeira seja esta: 2+0+1+6=9. Ora, nove é um número ímpar. E noves fora nada."
Paulo Teixeira Pinto, in A Bola
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