"Não falo de Casillas, que veio aumentar muito a visibilidade do futebol português, mas sobretudo de jogadores que têm nomes que nos remetem para outra dimensão, e alguns deles bem curiosos. Olhando para as inscrições no último dia de mercado, anteontem, o Arouca contratou Estaline, o Benfica fez regressar Jim Morrison ao futebol jovem e o Olhanense garantiu Martin Lutherking no plantel. Mas há mais, e agora sim, com ligação forte ao pontapé na bola. O Moreirense tem um Boteng, o V. Guimarães um Cafú, no Marítimo jogam Patrick Vieira, Romário e Lynneker, no Tondela há um Kaká e nos Paços um Pelé.
Despois há nomes da família que são uma responsabilidade acrescida para quem os usa, como será sempre o caso do filho do Bebeto, que joga no Estoril, e do filho de Rivaldo, que agora assinou pelo Boavista. E há nomes ainda que podem conduzir ao preconceito e atrapalhar carreiras, como pode muito bem ter acontecido com o avançado português Tozé Marreco, que saiu novamente para o estrangeiro, para os belgas do Mouscron, sem que os 25 golos que marcou a época passada no Tondela tivessem sido suficientes para convencer um clube maior na nossa liga principal.
Finalmente, alguns nomes, de tão estranhos, ajudam a que não nos esqueçamos e olhemos sempre para o seu dono. Sturgeon, do Belenenses, é um bom exemplo. E belo exemplo é também o próprio Belenenses, que tem um plantel quase exclusivamente português e jogará a fase de grupos da Liga Europa. Num trabalho do jornal espanhol AS, ontem, o Belenenses é apresentado como um dos três clubes em todo o Mundo que só tem jogadores nacionais nos plantéis principais - os outros dois são o Chivas (México) e o Nacional (Equador). Não é verdade, o Belenenses agora também tem o cabo-verdiano Kuca, mas é excepção que não se estranha."
Nélson Feiteirona, in A Bola
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