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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A volta dos direitos de autor

"Sulejmani e Nolito, que passaram pelo Benfica, estiveram em grande plano no fim de semana ao serviço do Young Boys e do Celta de Vigo, os seus novos emblemas. Lá pela Suíça, Sulejmani marcou dois golos lindos, um de pé esquerdo, o outro de pé direito. Já o golo de Nolito, uma chapelada sensacional, aconteceu contra o Barcelona e, assim sendo, a proeza do ex-benfiquista fez dele o homem da jornada da Liga espanhola. Merecida nota artística para aqueles momentos de individualismo dos dois jogadores que resultaram em golos e numa torrente de elogios. A 'nota artística', como se sabe, tem em Portugal direitos de autor. Quando, há coisa de duas semanas, o Benfica fez os seus únicos 90 minutos inteiramente decentes desta época goleando o Belenenses na Luz, voltou à baila, a propósito da exibição de Gaitán, essa mesmo expressão a que Jorge Jesus recorria frequentemente quando, no seu primeiro ano na Luz, tinha à disposição jogadores geniais como Aimar, Di María e Saviola.
O agora treinador do Sporting terá visto o jogo e ouvido os elogios à exibição com nota artística da sua antiga equipa e não resistiu a chamar a si a paternidade do dito. "O Benfica ganhou com quê? Com nota artística? Era só para recordar e saber quem disse isso..." Na verdade, toda a gente sabe. É já tão indissociável de Jesus a fórmula da 'nota artística', que mede o talento ao desbarato, como é indissociável de outro 'cérebro', Albert Einstein, a famosa Teoria da Relatividade, que mede energia, massa ao quadrado e velocidade da luz, tudo na mesma equação.
No ano em que chegou ao Benfica, Nolito fez uma pré-época prometedora. Ao ponto de Dias da Cunha, um ex-presidente do Sporting, ter proferido um desabafo que também entrou, ainda que mais modestamente, para a História: "Se tivéssemos um Nolito, não estávamos a chorar: Depois, contrariando as expectativas, o jovem extremo catalão foi perdendo fulgor e espaço na equipa do Benfica, vendo-se presentemente relegado para a situação de ter de andar por Espanha a marcar golos ao Barcelona. O futebol tem destas provas.
Por exemplo, uma prova de que o Porto não perdeu em casa com o Benfica no domingo é que o presidente do Porto não aproveitou a semana para visitar José Sócrates, tal como o visitou na semana em que o Porto perdeu em casa como Benfica na Liga anterior."

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