"Foi mais genuína a festa na Luz. Sem o aparato cénico do Marquês, sem as luzes da ribalta da produção televisiva, mas com um palco mais natural no Estádio da Luz, com uma moldura humana de sessenta mil pessoas e, acima de tudo, com uma festa sem incidentes e para a família.
Os jogadores deram o bom exemplo de levarem os filhos para viverem com eles e, logo depois, com as mulheres, aquele momento de consagração. O futebol merece isto. Merece o exemplo de um espectáculo para todos.
Um momento especial, também, na entrada de Luís Filipe Vieira com os dois filhos daquele cidadão de Matosinhos, benfiquista assumido, e que sofrera o vexame e a humilhação de um momento de fúria descontrolada de um graduado policial, depois do jogo de Guimarães. Em todo o processo, deve dizer-se, a posição do Benfica foi exemplar. Primeiro, não confundindo um acto isolado de um polícia com a instituição policial; depois, exigindo o apuramento de responsabilidades de todos os culpados, incluindo eventuais adeptos do clube que terão participado em acções de violência e que, por isso, têm de ser apuradas e penalizadas; por fim, levando ao momento da máxima consagração, o da entrega da taça, os dois jovens que foram vítimas do testemunho da agressão ao seu pai.
Nem sempre se assiste na vida pública nacional a decisões tão racionais e tão responsáveis em momentos especiais em que as emoções podem comandar e dominar a cabeça dos homens. Daí ser legítimo elogiar o comportamento do Benfica e, em especial, do seu presidente, Luís Filipe Vieira. O futebol tem de lhe estar grato pelo exemplo de lucidez."
Vítor Serpa, in A Bola
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